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‘Wicked’: Diversidade e reflexos da telona para vida real

Redação,
21/11/2024 | 09h11
Foto: Divulgação

Por Genilson Coutinho

Nesta quinta-feira (21), estreia no Brasil a aguardada adaptação cinematográfica do famoso musical da Broadway – “Wicked”, que aborda o universo do clássico Mágico de Oz, a partir da perspectiva de duas bruxas, com Cynthia Erivo e Ariana Grande, que dão vida a Elphaba e Glinda. Com a direção certeira de Jon M. Chu, o musical de 2h40 – parte l – consegue prender o público sem canseira diante da sua dinâmica, e uma super produção que promete superar o fenômeno Barbie, e vem com uma ação de marketing avassaladora, como as interpretações das canções pela dupla no musical. Além de todo o colorido, o longa aborda preconceito, diversidade e inclusão. As situações vividas por Elphaba por ter nascido com o tom da pele verde, sem dúvida, estão muito próximas do que pessoas negras como eu sofrem, e muitas pessoas que assistirem ao filme vão se identificar com a bruxa verde, que sofre diversas violações e preconceitos desde seu nascimento.


Ser encarado com os piores olhares no pátio da universidade, e com indiferença por aquela juventude branca e cheia de preconceitos, nos transporta, lamentavelmente, para as situações de racismo sofrido todos os dias por pessoas negras no Brasil. Mesmo com toda magia e colorido do filme, essas dores não passam despercebidas. É perceptível o olhar atento do diretor, que entende a importância de trazer para o eixo do debate a inclusão das pessoas PCDs nas produções, além de naturalizar a presença dos homens gays aos suspiros, em umas das cenas que, com certeza, já vimos em outros longas, mas dessa vez não apenas com os suspiros das meninas. Portanto, fiquem de olho no filme para não passarem despercebidos neste momento. Outro ponto alto do filme é a química entre Cynthia Erivo e Ariana Grande que já caiu no gosto do público. Mas é notável que a mídia caiu de amores por Ariana Grande, e não vejo tanto destaque para Cynthia Erivo, atriz e cantora britânica, que inciou sua vida artística em Londres, com formação pela Royal Academy of Dramatic Art, que a despontou para grandes sucessos no teatro. Sem falarmos no seu talento vocal, que abriu caminhos para grandes espetáculos musicais.
O público deve lembrar dela em “A Cor Púrpura”, interpretando a personagem Celie Harris, que foi um divisor de águas na sua carreira, conquistando prestígio internacional. E em 2019, no filme “Harriet,” ela interpreta Harriet Tubman, papel que a levou a conquistar a aclamada crítica por sua fantástica e poderosa interpretação, que lhe rendeu indicações ao Oscar de Melhor Atriz e Melhor Canção Original. Esse é só um pouco do currículo dessa estrela. Não vou me alongar sobre esse sucesso, que chega ao UCI Orient em Salvador e em todo Brasil.
Aguardem, e verão a quantidade volumosa nas indicações do musical ao Oscar.

Genilson Coutinho é Editor-chefe , ativista LGBTQIA + , Embaixador do UCI Orient Shopping da Bahia e apaixanado por cinema .