Durante um inflamado discurso na tribuna da Câmara Municipal de Dourados na sessão desta segunda-feira (15), o vereador Sérgio Nogueira (PSB) propôs enviar homossexuais a uma ilha por 50 anos. O parlamentar, que é pastor, fez essa proposta para ilustrar o que considera um meio de comprovar a inviabilidade dos núcleos familiares compostos por pessoas do mesmo sexo.
“Não podemos passar a ideia de que o anormal é normal”, disparou. “Bota as pessoas que pensam assim numa ilha por 50 anos. Coloca essas pessoas numa ilha e depois de 50 anos volta para ver; não vai ter mais ninguém”.
O que motivou as afirmações do parlamentar foram convites que disse ter recebido para uma série de palestras contra a homofobia que a Secretaria Municipal de Assistência Social organiza para Dourados.
Aliado do prefeito Murilo Zauith (PSB), o vereador Sérgio Nogueira preside a Comissão de Assistência Social da Câmara e cobrou da prefeitura o material das palestras.
Na avaliação do vereador douradense, o governo federal atua na “desconstrução da família”. “Para esse governo a família tem que ser desconstruída no seu padrão normal para dar lugar a outros conceitos de família. Isso vem rasgar nossa Constituição ao meio, dizer que família é qualquer coisa”, ressaltou, pontuando não ser homofobico.
O parlamentar conclamou o bispo Dom Redovino Rizzardo e o Padre Crispim a unirem forças contra “a prática do homossexualismo condenada nas escrituras sagradas”.
“Perguntaria para qualquer vereador se podendo ser adotado se optaria por ser adotado por uma família de homossexuais. Não sou a favor da homofobia. Quero colocar a população para refletir. Isso é contra os nossos princípios”, concluiu.