Mulher trans, produtora de conteúdo digital, natural da cidade de Ilhéus (BA) e morando em Salvador há 12 anos, Camile Nascimento, 34 anos, ou Mile como é mais conhecida, está celebrando uma mais uma grande vitória em sua vida: acaba de ser aprovada para o curso de Serviço Social da Universidade Federal da Bahia (UFBA), uma conquista para quem sempre lutou por um lugar ao sol. “Para mim, enquanto militante da causa LGBTQIAPN+, é uma grande vitória, realmente. Sei que não será fácil, mas é apenas mais uma batalha a ser vencida. Ocupar essa vaga em um curso da UFBA é muito mais que simplesmente vencer uma batalha pessoal, significa dizer que nós, mulheres trans e travestis, podemos e devemos estar onde quisermos. Nossa meta é ocupar todos os espaços possíveis . “Vai ter trans na Universidade Federal da Bahia”, celebrou Mile.
A, agora acadêmica do curso de Serviço Social, conta ainda que entrar na universidade pelo sistema de cotas favorece ações afirmativas e possibilita a redução das desigualdades sociais. “Pretendo me aprimorar e, ao longo do curso, ser referência para outras mulheres trans e travestis, é uma chance que terei de desenvolver projetos que possam me ajudar a adquirir excelência enquanto profissional e contribuir para uma maior inclusão social”, explica Mile.
Vale destacar que Mile, com quinze anos de ativismo e militância LGBT na Bahia, é coordenadora do Fórum Baiano LGBTQIAPN+ há quase 15 anos, já possui uma graduação, em Educação Física, pela União Metropolitana para o Desenvolvimento da Educação e Cultura (UNIME), membra da articulação nacional de travestis e transexuais, além de exercer a função de conselheira estadual LGBTQIAPN+ do estado da Bahia.