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Um filme vaginal que protege contra o HIV? Estudo verá se funciona

Foto: Reprodução

Uma dupla de pesquisadoras dos Estados Unidos e do Zimbábue vai liderar uma investigação sobre a aceitação de um filme vaginal pensado para evitar a infecção pelo vírus HIV, causador da aids. O estudo teve início no último dia 2 de novembro.

A pesquisa vai analisar 100 mulheres, além de 30 parceiros sexuais, em cinco países: Quênia, África do Sul, Zimbábue e Estados Unidos. Intitulado MATRIX-002, o trabalho é liderado pelas cientistas Nyaradzo M. Mgodi e Alexandra Minnis, que atuam no MATRIX, um projeto financiado pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) focado em pesquisas iniciais e no desenvolvimento de produtos inovadores de prevenção do HIV para mulheres.

No caso, o filme vaginal em desenvolvimento contém o medicamento antirretroviral dapivirina e tem duração prevista de 30 dias. Semelhante às tiras de hortelã que se dissolvem na boca, filmes vaginais são produtos projetados para se dissolverem quando inseridos na vagina. Outros trabalhos já investigaram sua eficácia, mas com produtos que duravam, no máximo, uma semana.

Inicialmente, porém, a pesquisa MATRIX-002 vai testar uma versão do produto sem a dapivirina. “Ao realizar um estudo com filmes de placebo, ou seja, sem o medicamento ativo, poderemos responder a questões fundamentalmente importantes. Por exemplo, as mulheres, especialmente as africanas, se sentem à vontade com a ideia de usar um filme vaginal que leva 30 dias para se dissolver? Que tipo de apoio e aconselhamento elas vão precisar para usá-lo corretamente?”, observa Nyaradzo Mgodi, em comunicado.

O formato ideal

As mulheres que se inscreverem no estudo serão aleatoriamente designadas para usar um de dois formatos de filmes de placebo: um com cantos retos e um com cantos arredondados. As participantes usarão o filme duas vezes, por um mês cada. Durante o primeiro mês de uso, elas devem se abster de relações sexuais vaginais e do uso de produtos íntimos. Durante o segundo mês, quando um novo filme será usado, não haverá tais restrições.

As voluntárias vão inserir os produtos por conta própria na clínica, com a equipe do estudo fornecendo orientações e instruções. Depois, elas serão questionadas sobre suas experiências com o uso do filme, e até 35 participantes também serão convidadas para uma entrevista em profundidade.

A ideia é que a investigação esteja em andamento nos cinco países até o início de 2024. As entrevistas devem acontecer em julho ou agosto, e os resultados finais serão divulgados até o final do ano. O primeiro estudo com o filme contendo o antirretroviral ativo em humanos está previsto para 2025.
“Estamos plenamente conscientes da necessidade urgente de mais métodos de prevenção do HIV para as mulheres, mas também não queremos nos precipitar no estudo de um novo produto com características de design que podem não agradar às mulheres e, portanto, afetar o uso do produto”, diz Alexandra Minnis. “Coisas tão simples quanto o formato do filme ou como ele se sente ao toque são considerações importantes que são melhor resolvidas o mais cedo possível no processo.”

Fonte: Revista Galileu

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