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O impacto da representatividade LGBTQIA+ no mercado corporativo

 Em 2024, o Ranking de Diversidade da Great Place To Work (GPTW) revelou que a presença de pessoas LGBTQIA+ em cargos de liderança nas empresas premiadas pela consultoria, atingiu 13%. Contudo, analisando o recorte de diversidade é possível evidenciar importantes diferenças em relação às oportunidades de pessoas da comunidade em comparação com aquelas que não se identificam como LGBTQIA+. A identidade de gênero e a sexualidade têm um impacto significativo na exclusão social, com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) indicando que 20% da população transexual está fora do mercado de trabalho. 

Ainda falando sobre o Ranking de Diversidade, 17% dos colaboradores nas organizações premiadas declaram uma orientação sexual diferente da heterossexual. Esses dados sublinham a necessidade de uma abordagem mais inclusiva e sensível às diversas dimensões da diversidade no ambiente corporativo. “É fundamental que exista a presença de pessoas LGBTQIA+ no mercado corporativo, principalmente em cargos de liderança já que além da valorização de diferentes identidades, é parte do nosso direito ter a oportunidade de ocupar esses espaços e contribuir com habilidades e novas perspectivas”, explica Amara Moira, Coordenadora de Educação e Programação do Museu da Diversidade Sexual”.

Diante desse cenário, conheça nomes que estão fazendo a diferença e inspirando mudança no mundo dos negócios:

  1. Maite Schneider

Militante de Direitos Humanos desde 1990, com uma atuação destacada na defesa dos direitos das pessoas trans no Brasil. Fundadora do Transgrupo Marcela Prado (2006) e da Associação Brasileira de Transgêneros (ABRAT, 2009), ela também co-fundou o projeto TRANSEMPREGOS (2013), que promove a inserção de pessoas trans no mercado de trabalho.

Além disso, Maite é consultora do Eixo LGBT da Integra Consultoria em Diversidade e Inclusão, coordenadora do Núcleo de Relações Arte e Educação do IBTE (Instituto Brasileiro Trans de Educação), e embaixadora da Rede Mulher Empreendedora (RME). Ela também idealizou o Portal CASADAMAITE.COM, o mais antigo portal de diversidade da internet brasileira, em operação desde 1997.

  1. Amara Moira 

Escritora, professora de literatura e ativista brasileira. Doutora em teoria literária pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ela se tornou a primeira mulher trans a obter esse título na universidade usando seu nome social. Moira é autora dos livros “E se eu fosse puta” (n-1 edições, 2023) e “Neca + 20 Poemetos Travessos” (O Sexo da Palavra, 2021). Ela também é colunista do UOL Esporte e da plataforma Fatal Model. Atualmente, atua como Coordenadora de Exposições, Programação Cultural e do Núcleo Educativo no Museu da Diversidade Sexual, em São Paulo.

  1. Gustavo Franco 

Diretor Executivo na Labelium, uma agência global de performance digital. Com mais de 15 anos de experiência em marketing, comunicação e mídia, ele lidera a unidade brasileira, desenvolvendo estratégias digitais para marcas renomadas como Dior e Givenchy. Franco é especialista em Mídia Paga, Pesquisa de Mercado e Gestão de Vendas e Marketing, e também atua como professor e Top Voice no LinkedIn. Com um Mestrado em Desenvolvimento de Negócios, ele combina excelência tática, visão estratégica e liderança educacional, impulsionando a inovação e o crescimento no marketing digital.

  1. Camila Florentino 

Desenvolveu sua carreira no setor de turismo e eventos, com experiências no Ministério do Turismo e na Time For Fun, uma empresa brasileira de entretenimento ao vivo. Durante seus estudos de Lazer e Turismo na USP, começou a explorar o uso da tecnologia para aprimorar o setor de eventos. Em 2015, como resultado de seu Trabalho de Conclusão de Curso, co-fundou a Celebrar, junto com Patricia Cella e Monna Santos. A empresa, sediada em São Paulo, é um marketplace que conecta diretamente fornecedores de serviços de eventos a organizadores, visando otimizar o mercado e facilitar a contratação de micro fornecedores para grandes corporações. Desde sua criação, a Celebrar já apoiou mais de 900 eventos, conectando cerca de 3 mil fornecedores e vendendo aproximadamente 15.600 serviços. Seus clientes incluem Google, Nubank, Unilever e WeWork.

  1. Raquel Virgínia, 

Paulistana, com duas indicações ao Grammy Latino, ingressou no empreendedorismo em 2021 ao fundar a Nhaí!. A startup é especializada em consultoria e comunicação voltada para diversidade em empresas de diferentes setores. A ideia do negócio surgiu quando Raquel, mulher trans e negra, assumiu a gestão da banda em 2019. Ao trabalhar com marketing e publicidade, ela notou que os espaços de decisão e narrativa eram dominados por pessoas brancas e cisgêneras, o que a inspirou a criar a Nhaí! para promover novas perspectivas de inclusão. A startup já colaborou com grandes marcas como Mercado Livre, Amstel, Magnum, Meta, Avon, Vivo, Globo, NEOOH, Pepsico, entre outros. 

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