Em meio às celebrações do mês da visibilidade trans, as influenciadoras Suellen Carey, 36, e sua irmã Carla Potyra, 39, decidiram romper o silêncio e expor situações de transfobia que vivenciaram desde que se mudaram do Brasil para Londres, em busca de respeito e aceitação.
“Decidimos falar agora, durante o mês da visibilidade trans, para destacar as situações que enfrentamos aqui em Londres. Queremos chamar a atenção para a realidade que muitos transgêneros enfrentam diariamente, mesmo em lugares que imaginamos serem mais tolerantes”, revela Suellen.
As irmãs, que nasceram em Belo Horizonte, compartilharam experiências chocantes de discriminação, incluindo um incidente em uma loja de celulares que as levou a chamar a polícia. “Ficaram nos detratando e xingando, simplesmente porque somos trans. É triste perceber que, mesmo em uma cidade como Londres, ainda enfrentamos atitudes tão discriminatórias”, desabafa Carla.
O descontentamento das irmãs não se limita apenas às experiências pessoais. Elas apontam para o atual primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, de extrema direita e conservador, como um fator contribuinte para o aumento da transfobia no país desde 2022. “Depois que entrou o primeiro ministro de extrema direita, as pessoas se revelaram mais transfóbicas”, enfatiza Suellen.
A preocupação das irmãs vai além das experiências individuais. Recentemente, um incidente brutal chocou a comunidade trans em Londres, onde uma adolescente de apenas 16 anos foi esfaqueada simplesmente por ser transgênero. “Isso é inaceitável. A violência contra a comunidade trans está atingindo níveis alarmantes, e é preciso conscientizar as pessoas sobre a gravidade dessa situação”, declara Carla.
Outro ponto destacado pelas irmãs é a reação das pessoas ao descobrirem que são irmãs. “É curioso ver a reação das pessoas quando descobrem que somos irmãs. Parece que ainda existe um estigma em torno da ideia de transgêneros formarem laços familiares”, observa Suellen.
Com coragem e determinação, Suellen Carey e Carla Potyra esperam que ao compartilharem suas histórias, possam contribuir para a conscientização e o combate à transfobia, não apenas em Londres, mas em todo o mundo. O mês da visibilidade trans serve como um lembrete de que a luta pela igualdade e respeito continua, mesmo em meio aos desafios enfrentados por aqueles que ousam ser autênticos.