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Natura é a primeira empresa do Brasil a emitir debêntures atreladas a bioativos da Amazônia com participação da IFC e do BID Invest

Redação,
13/07/2024 | 00h07
Foto: Divulgação

Após anunciar o lançamento de sua 13ª emissão de debêntures no formato de sustainability-linked bonds (SLBs), no valor de R$ 1,32 bilhão, a Natura contou com investimentos da International Finance Corporation (IFC) e do BID Invest, braço do Banco Interamericano de Desenvolvimento voltado para o setor privado, que contribuíram com de R$ 300 milhões e R$ 200 milhões na operação, respectivamente.

Para Silvia Vilas Boas, vice-presidente de Finanças e Estratégia da Natura, a nova emissão é um avanço significativo para fortalecer a bioeconomia da Amazônia. Esse movimento é essencial não só para combater a crise climática, mas também para promover benefícios econômicos, sociais e ambientais substanciais para a região. “O Brasil tem um potencial imenso para liderar globalmente este modelo de negócios que harmoniza geração de renda com conservação ambiental”, afirma Silvia. Ela ressalta que um dos grandes desafios é valorizar e expandir as inúmeras pequenas cadeias produtivas, que são ricas em diversidade socioambiental e caracterizam a região amazônica. “Ampliar a bioeconomia é crucial, e para isso precisamos fortalecer todo o ecossistema envolvido. A emissão é uma ferramenta poderosa para nos ajudar a alcançar esse objetivo”, conclui a executiva.

Na estrutura do sustainability-linked bond, a companhia tem liberdade no uso dos recursos, mas se compromete com metas específicas de sustentabilidade. Um dos principais compromissos é o desenvolvimento de bioingredientes amazônicos, que já estão presentes em várias linhas de produtos, com destaque para a linha Ekos. Até agora, a empresa desenvolveu 44 bioingredientes, e o modelo de negócio que vem sendo implementado na Amazônia há 25 anos tem contribuído para a conservação de 2,2 milhões de hectares de floresta, em parceria com mais de 10 mil famílias locais. A meta é expandir para 49 bioingredientes até 2027.

destacando importantes iniciativas de fornecimento sustentável e contribuindo para a conservação da biodiversidade. Este é um caminho importante para conciliar a proteção da Amazônia com o desenvolvimento econômico,” acrescentou.

“Esta emissão demonstra o potencial dos Sustainability-Linked Bonds para remodelar toda a indústria de mercado de dívida sustentável e gerar maior impacto,” afirmou Guillermo Foscarini, diretor corporativo da Divisão de Corporativos do BID Invest. “O setor privado é crucial para gerar mais impacto na região amazônica e o BID Invest está totalmente comprometido em apoiá-lo, fortalecendo instrumentos financeiros inovadores e atraindo mais capital para um crescimento sustentável e inclusivo. Até o momento, o BID Invest apoiou 41 emissões de títulos rotulados na região, totalizando US$3,6 bilhões arrecadados por nossos clientes.”

O processo de due diligence realizado pela IFC e pelo BID Invest é extremamente rigoroso, garantindo a conformidade com padrões internacionais de sustentabilidade e ética. “Essas instituições realizam uma avaliação meticulosa, examinando tanto nossas políticas internas quanto externas, além de nossos compromissos e práticas. Eles nos comparam com os altos padrões do Grupo Banco Mundial em aspectos críticos como condições de trabalho e práticas ambientais. Apenas empresas que satisfazem esses critérios exigentes são elegíveis para receber financiamento,” explica Vilas Boas.

A escolha pela emissão de debêntures se deve ao histórico da companhia com este instrumento e ao relacionamento consolidado com os investidores no mercado local brasileiro. “Esta já é a nossa 13ª emissão e entendemos que este instrumento tem boa aceitação por parte dos investidores, além de trazer a flexibilidade necessária para a companhia. É o mais próximo de um instrumento de mercado comparável com um bond internacional,” explica a executiva da Natura.