O Museu da Diversidade Sexual (MDS), instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, faz lançamento de seu novo livro “Museologia Comunitária LGBTQIA+ e Outros Ensaios Queer Interseccionais”, no próximo dia 22. O evento acontece em uma live no canal oficial do equipamento no Youtube. A obra reúne dez artigos que representam uma década de reflexão e atuação no projeto Memórias LGBTQIA+. Lembrando que essa ação faz parte da programação referente à 17ª edição da Primavera dos Museus.
O livro é fruto de um projeto concebido em 2010 e formalizado em 2013, quando os organizadores, Jean Baptista e Tony Boita, se conheceram, casaram e começaram a construir uma família. Nesse período, eles também moldaram o projeto Memórias LGBTQIA+.A coletânea aborda a evolução da Museologia LGBTQIA+ no Brasil, destacando a saída da reserva técnica para se tornar uma Museologia Comunitária.
Os autores, comprometidos com as questões de gênero, sexualidade, raça, classe e geografia, propõem uma abordagem que destaque a diversidade do país. O livro se aprofunda na história dos primeiros dez anos da Museologia LGBTQIA+ no Brasil, oferecendo uma visão abrangente do desenvolvimento do conceito, desde suas raízes até seu estado atual.
Tony Boita e Jean Baptista, autores do livro, compartilham: “Desejamos que este livro inspire os próximos dez anos da Museologia brasileira, seus projetos, profissionais, questões e frentes que combatam e destruam, de uma vez por todas, o horror da LGBTQIAfobia, em especial quando associada ao racismo, classismo, capacitismo e cisnormatividade.”
Uma Década de Compromisso e Reflexão
O projeto Memórias LGBTQIA+ completou uma década, durante a qual produziu não apenas exposições, mas também uma valiosa bibliografia. O livro é o resultado de uma reflexão cuidadosa destacando textos que melhor representam essa jornada para a construção do livro.
A trajetória do projeto incluiu a fundação da Rede LGBTQIA+ de Memória e Museologia Social em 2012, que abriu espaço para que outras pessoas LGBTQIA+ na Museologia pudessem contribuir com suas perspectivas e experiências. A criação da Revista Memória LGBTQIA+ e do Seminário Museus, Memória e Museologia LGBTQIA+ são exemplos de ações com papeis fundamentais na disseminação do conhecimento sobre a Museologia LGBTQIA+ no Brasil.
Repercussão e Potencial Impacto
O livro não apenas discute a Museologia LGBTQIA+, mas também dialoga com o campo museológico como um todo. Ele desafia a Museologia convencional ao questionar as narrativas produzidas por pessoas cis, brancas e burguesas, destacando a importância das epistemologias LGBTQIA+ periféricas.
Leonardo Vieira, membro do Núcleo de Museologia e Acervo do MDS, enfatiza a relevância da obra: “Consideramos que este tipo de colaboração em projetos alheios ao Museu, quando está alinhada à sua missão, visão e valores e aos seus objetivos estratégicos, é também sua responsabilidade por estarmos falando de uma instituição pública com fortes laços com os movimentos sociais LGBTQIAP+.”
Com o lançamento, o Museu da Diversidade Sexual reforça seu compromisso de ser um espaço inclusivo e acolhedor para todas as vozes da comunidade. A publicação marca a segunda edição editorial do MDS em 2023, solidificando sua posição como um local de destaque para a discussão da Museologia LGBTQIA+ e o engajamento com questões de relevância nacional.
Sobre o MDS
O Museu da Diversidade Sexual (MDS) é uma instituição do Governo do Estado de São Paulo ligada à Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, sendo o primeiro equipamento cultural da América Latina relacionado à Memória e Estudos da Diversidade Sexual.
A instituição é destinada à memória, arte, cultura, acolhimento, valorização da vida, agenciamento e desenvolvimento de pesquisas envolvendo a comunidade LGBTQIAPN+ (contemplando a diversidade de siglas que constituem hoje o MDS) e seu reconhecimento pela sociedade brasileira. Trata-se de um museu que nasce e vive a partir do diálogo com movimentos sociais LGBTQIAPN+, que se propõe a discutir a diversidade sexual e tem, em sua trajetória, a luta pela dignidade humana e a promoção por direitos, atuando como um aparelho cultural para fins de transformação social.
Atualmente, o MDS passa por uma reforma de ampliação da sua sede, na estação República do metrô, em São Paulo. Com isso, a unidade terá melhor infraestrutura para abrigar exposições, mostras e demais ações educativas do Museu, alcançando um público ainda maior.
Sobre o Instituto Odeon
Atualmente o Museu da Diversidade Sexual é gerido pelo Instituto Odeon, uma organização social que tem como missão promover gestão e produção cultural e artística de excelência, em diálogo com a educação, agregando valor público para a sociedade. O Instituto Odeon existe para trazer mais cultura para as cidades e mais arte para as pessoas. Quer transformar a percepção do público sobre museus e eventos culturais, trabalhando em direção a um país que promove a expressão da arte, expande o acesso ao que é produzido e leva a sério seu legado cultural.