MP pede à polícia novas investigações sobre morte de produtor no Rio Vermelho
O Ministério Público Estadual (MP) devolveu o inquérito e pediu novas investigações sobre a morte do produtor de eventos Leonardo Moura, 29 anos. “Existem pontos que ainda precisam ser esclarecidos”, declarou nesta manhã, o promotor David Galo, que por enquanto só acompanha o caso.
O inquérito, que apontou como uma queda a causa do óbito, foi encaminhado ao MP no dia 27 de julho – Leonardo morreu no dia 11 do mesmo mês no Hospital Geral do Estado (HGE). De acordo com a família, dois dias antes ele sofreu um ataque homofóbico ao deixar a boate San Sebastian, no Rio Vermelho. Um perito ouvido pelo CORREIO analisou as imagens fornecidas pelos familiares e afirmou que os hematomas eram compatíveis com agressão.
Já a versão policial aponta que Leonardo caiu acidentalmente da balaustrada da Praia do Alto da Sereia, também no Rio Vermelho.
Médica
No despacho do inquérito devolvido à Polícia Civil na semana passada, David Galo pediu que uma médica do HGE fosse ouvida novamente. “Fiquei na dúvida de alguns pontos do depoimento dela”, disse o promotor sem revelar quais seriam os pontos.
O promotor pediu também que sejam ouvidos funcionários da boate San Sebastian, além de amigos e parentes que estiveram momentos antes com o produtor. Ele determinou buscas por imagens de câmeras na região. “O inquérito veio sem imagens. Sabemos que no entorno tem câmeras de estabelecimentos comerciais e da Prefeitura. Encontradas, essas imagens passarão por perícia”, disse Galo.
No inquérito remetido ao Ministério Público não consta os laudos do Departamento de Polícia Técnica (DPT). “As perícias de local e do cadáver, principalmente, vão apontar o que realmente aconteceu com o rapaz”, declarou o promotor.
Para Galo, ainda há detalhes que precisam ser esclarecidos também na sequência de fatos e causam estranheza. “É o fato de Leonardo ter ido para o hospital, saído e morrido no dia seguinte. Ele foi para casa, conversou com a família. Depois voltou lúcido para o HGE e morreu. São detalhes que quero saber”, pontuou.
Prazo
O promotor explicou ainda que a devolução de um inquérito à polícia é um procedimento comum. Segundo ele, em cada dez inquéritos remetidos ao MP, cinco são devolvidos para novas diligências. Às vezes, o próprio delegado, ciente que necessita de mais prazo, encaminha o documento ao MP e no despacho pede para ser devolvido.
“Mas não foi o caso desde inquérito. Acredito que a delegada entendeu que tinha encerrado as investigações, mas a conveniência é do MP, tanto que pedi para retornar”, afirmou Galo. Ele determinou um prazo de pelo menos 30 dias para a conclusão das novas diligências.
Do Correio