O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) abriu uma investigação criminal para apurar as circunstâncias e autoria da distribuição de um jornal de ultra-direita aos moradores do Condomínio Le Parc, na Avenida Paralela. O residencial tem sete dias, contados a partir desta quarta-feira (13), para encaminhar à Promotoria imagens das câmeras de segurança ou mesmo uma investigação própria sobre a disseminação do conteúdo transfóbico, racista e antivacina.
Ao Metro1, a promotora Márcia Teixeira, da 1ª Promotoria de Justiça de Direitos Humanos, afirmou que recebeu um exemplar desta, que é a segunda edição do jornal, nesta quarta-feira. “Trata-se de uma investigação criminal porque, em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que é o que deveria ser aplicado a casos de racismo social, a exemplo de transfobia. E foi o que este jornal fez, ao tratar a transexualidade como doença”.
A reportagem tenta contato com o Le Parc desde a divulgação do caso pelo Metro1, na segunda-feira (11). O residencial, contudo, não responde às repetidas tentativas.
O material, chamado de ‘Redpill e Rapadura’ (pílula vermelha e rapadura — numa referência ao filme Matrix e uma comida típica nordestina), foi colocado na caixa de correio de todos os moradores do Le Parc, há aproximadamente 12 dias. Ao todo, são 18 torres, cada uma com 18 andares e quatro apartamentos em cada, o que daria uma tiragem média de 1.296 exemplares do jornal.
Márcia Teixeira explica que já entrou em contato com um dos moradores, mas que aguarda que o condomínio se manifeste pois é de se esperar que haja, ainda que em tese, a responsabilidade de cumprir o estatuto ou regimento interno, “que deve resguardar sobretudo o respeito aos moradores e às suas famílias”.
Com as imagens das câmeras, o MP-BA busca chegar à autoria e ainda à data exata em que o conteúdo começou a ser divulgado. Segundo a promotora, alguns moradores estiveram na administração do residencial, mas ainda aguardam respostas.
As informações são do Metro 1.