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Morales repreende ministra durante discurso: “Não quero pensar que é lésbica”

Redação,
17/11/2015 | 23h11

O presidente da Bolívia, Evo Morales, chamou a atenção de sua ministra da Saúde, Ariana Campero, por não estar atenta ao discurso que ele pronunciava nesta segunda-feira em um ato e lhe disse: “Não quero pensar que é lésbica”.

Morales estava falando sobre o planejamento para a construção de hospitais na região amazônica de Beni e fez o comentário polêmico ao perceber que Campero não estava lhe escutando.

“Beni é tão grande geograficamente, e é preciso planejar, ministra da Saúde. Aí namorando, não quero pensar que é lésbica, olhe, companheira ministra. Perdão, companheira, vamos ver se você me escuta”, declarou o presidente em tom de piada, causando alguns risos entre os presentes.

Morales costuma chamar a atenção de autoridades e dirigentes que falam por telefone celular ou conversam entre eles enquanto ele pronuncia um discurso.

Campesro, de 28 anos, é a ministra mais jovem do gabinete de Morales e já foi alvo de comentários machistas de outros de seus companheiros no Executivo.

Há duas semanas, o vice-presidente do país, Álvaro García Linera, recomendou a Campero durante um ato público que se case antes de ter um filho.

Opositores, grupos feministas e a imprensa criticaram Morales nos últimos anos por ocasionalmente fazer em seus discursos brincadeiras e comentários machistas, pelos quais o governante já teve que pedir desculpas.

Em fevereiro deste ano, o presidente boliviano se definiu como um “feminista, embora com brincadeiras machistas” e garantiu que faz esse tipo de comentário para provocar reações na direita, para que a oposição “se divirta” fazendo interpelações parlamentares ao governo a esse respeito.