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Ministério da Saúde recomenda ampliação da testagem para clamídia e gonorreia em usuários de PrEP e PEP

Genilson Coutinho,
05/04/2024 | 12h04

Profissionais de saúde devem ofertar a testagem molecular para clamídia e gonococo aos usuários de profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP) e profilaxia pós-exposição (PEP) ao HIV, às infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e às hepatites virais. Essa é a recomendação do Ministério da Saúde divulgada em Nota Técnica.

Os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) de PrEP e PEP orientam o rastreio de ISTs em pessoas assintomáticas e também o diagnóstico em usuários sintomáticos, considerado que tanto o HIV como outras infecções são transmitidas por relação sexual sem o uso de preservativo ou com seu rompimento. Dessa forma, por meio da Nota, o Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis reforça e estimula a indicação de testagem para Chlamydia trachomatis (CT) e Neisseria gonorrhoeae (NG) – respectivamente clamídia e gonococo – para usuários de PrEP e PEP.

Para a coordenadora-geral de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis, Pâmela Gaspar, a identificação do agente causador da infecção é um importante instrumento para a cura, mas também para a prevenção. “O rastreio e o diagnóstico das ISTs são ações importantes de prevenção, pois proporcionam a identificação do agente infeccioso e o tratamento específico. Isso reduz as possibilidades de complicações relacionadas às ISTs, e evita a transmissão”.

Em 2021 e 2022, foi realizada a testagem molecular para Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae na rede de serviços de saúde parte do piloto de implementação no Sistema Único de Saúde (SUS) para populações com maior vulnerabilidade às ISTs, como pessoas em PrEP. A proporção de detecção de ISTs, nas 16.177 amostras foi de 6,2% para clamídia e 6,4% para gonococo. A alta taxa de infecção preocupa o Ministério da Saúde, uma vez que essas infecções podem causar consequências sérias à saúde como infertilidade e Doença Inflamatória Pélvica, ainda que a pessoa seja assintomática. A testagem de pessoas sintomáticas também é importante, pois permite identificar o agente infeccioso e direcionar melhor os encaminhamentos e orientações de parcerias sexuais.

Assim, em 2023, o Dathi implantou de maneira definitiva, e em parceria com estados e municípios, as Redes de Laboratórios de Biologia Molecular para Detecção de Clamídia e Gonococo (CT/NG) no Sistema Único de Saúde. O Ministério da Saúde objetiva, ainda, ampliar o número de laboratórios da Rede Nacional para HIV e Hepatites Virais habilitados para realizar esses exames.

A pasta ministerial também recomenda que os Centros de Testagem e Aconselhamento, Serviços de Atenção Especializada e outros serviços de atenção que oferecem PrEP e PEP coletem amostras para a testagem dessas infecções. A solicitação do exame de biologia molecular deve ser realizada por meio de formulário no Sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial.