Uma nova medida do Ministério da Saúde busca ampliar a prevenção ao HIV no Brasil. Com a publicação de uma nota técnica, profissionais e gestores de saúde foram orientados a utilizar o autoteste de HIV como uma alternativa para iniciar a profilaxia pós-exposição (PEP), especialmente em situações onde a testagem rápida não está disponível.
A PEP, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 1999, é uma estratégia de prevenção combinada. Ela consiste no uso de antirretrovirais até 72 horas após uma exposição ao vírus, com o objetivo de reduzir as chances de infecção pelo HIV. A profilaxia é indicada em casos de exposição sexual consentida, violência sexual e acidentes com materiais biológicos.
O Ministério da Saúde já disponibiliza autotestes de HIV desde 2018. Esses testes detectam a presença de anticorpos anti-HIV em amostras de sangue ou fluido oral. De acordo com Artur Kalichman, coordenador-geral de Vigilância de HIV e Aids do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi/SVSA/MS), a inclusão do autoteste como ferramenta na recomendação da PEP é crucial para agilizar o atendimento. “A PEP é uma medida de urgência e deve ser iniciada o mais rápido possível após a exposição ao HIV”, ressaltou Kalichman.
Os serviços de saúde que adotarem o autoteste de HIV para a indicação da PEP devem orientar os pacientes sobre a correta utilização do teste e garantir um ambiente adequado para sua realização. Se o resultado do autoteste for negativo, a PEP poderá ser recomendada.
No entanto, a nota técnica mantém inalteradas as recomendações para outras infecções, como sífilis, hepatites B e C, gonorreia e clamídia, seguindo o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Profilaxia Pós-Exposição.
Essa iniciativa do Ministério da Saúde visa ampliar o acesso à prevenção ao HIV, facilitando o início do tratamento e reduzindo os obstáculos para quem busca atendimento após uma possível exposição ao vírus.