Médico denuncia homofobia de paciente em hospital na Bahia: ‘Disse que odiava ser atendida por homossexual’

Genilson Coutinho,
05/06/2023 | 11h06

Um médico do Hospital da Mulher de Feira de Santana, a 100 quilômetros de Salvador, denuncia ter sido vítima de homofobia na unidade, no domingo (4). Após uma consulta, uma paciente teria dito que “odiava ser atendida por homossexual”. O hospital confirmou a situação e manifestou apoio ao profissional.

O médico, identificado como Phelipe Balbi Martins, é ginecologista. Ele usou as redes sociais para explicar o caso. Ele contou que a paciente foi direcionada para outro médico, para que o atendimento fosse finalizado. Em protesto com a situação ocorrida com o colega, o médico Carlos Vinícius decidiu atender a mulher de peruca e batom.

Carlos Vinícius, que também é ator, gravou um vídeo onde aparece maquiado logo antes de finalizar o atendimento da paciente. Ele considerou a situação de homofobia como “constrangedora”.

“Vivendo e vendo situações constrangedoras onde a gente menos imagina. Todos nós sabemos que homofobia é crime, imagine desacatar um profissional que está exercendo seu trabalho de forma digna e humana”, desabafou.

Caso ocorreu no Hospital da Mulher, em Feira de Santana — Foto: Jorge Magalhães

A paciente foi atendida pelo médico com os adereços e, após a consulta, ela teria dito que estava disposta a pedir desculpas pela atitude homofóbica que teve com o outro funcionário da unidade de saúde. No entanto, não foi informado se houve alguma retratação por parte da mulher.

O médico vítima de homofobia contou que registrou a situação na ouvidoria do hospital, e em seguida retornou para o plantão e trabalhou normalmente.

Fundação hospitalar de feira de Santana publicou nota de repúdio — Foto: Redes sociais

Já o hospital publicou uma nota de repúdio em uma rede social e disse não tolerar preconceitos na unidade de saúde. Na manhã desta segunda-feira (5), o g1 procurou a Polícia Civil, que informou que até o momento não havia localizado ocorrência sobre o caso.

Do G1 Bahia