O MP da Bahia já havia encaminhado uma manifestação à Justiça com o pedido de retirada da estátua. Em nota divulgada em março, o MP havia informado que o Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos (CAODH) do órgão recebeu a manifestação feita por Manuella Tyler Medrado, ativista por direitos humanos e residente do município, e encaminhou para a Promotoria de Justiça da comarca de Juazeiro para análise e adoção das medidas cabíveis.
Em atualização do caso, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) pediu explicações para a prefeitura de Juazeiro sobre a instalação da estátua do ex-jogador de futebol Daniel Alves. O MP estabeleceu um prazo de cinco dias para resposta da administração da cidade. O ex-lateral, nascido em Juazeiro (BA), foi condenado pela justiça espanhola a quatro anos e meio de prisão por estupro contra uma mulher no banheiro de uma boate de luxo de Barcelona.
“Valoriza a cultura do estupro, valoriza a imagem de um cara que cometeu estupro, valoriza a imagem de homem que cometeu violação e só está livre porque tem dinheiro, porque pagou”, disse Manuella Tyler em publicação no Instagram.
A estátua que o homenageia foi inaugurada na cidade em dezembro de 2020, cerca de um ano antes dele ser preso. Desde então, os moradores vêm pedindo a remoção da obra.
Em setembro de 2023 a estátua do ex-jogador foi vandalizada, sendo coberta com sacos pretos e fita adesiva, enquanto ele aguardava a sentença na prisão em Barcelona.
Em fevereiro, a estátua foi coberta com tinta branca. No dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, cerca de 60 manifestantes exibiram cartazes com frases que ressaltavam a importância de conscientizar a sociedade sobre os direitos das mulheres.
A prefeitura da cidade, responsável pela instalação, em resposta às manifestações, disse que “repudia qualquer tipo de violência, mas até que o processo judicial em questão, que ainda está em trâmite, na fase de recursos, seja concluído, não haverá intervenção no monumento”.