J. Edgar e seus dramas
Estreou na última sexta-feira (27.01) mais um filme de Clint Eastwood. Se os filmes são/forem categorizados entre bons e ruins, (in)felizmente prefiro ficar em cima do muro por conta da admiração que tenho pelo trabalho deste diretor. Na história do que chamam de ‘o homem mais poderoso dos EUA’, pouco se pôde deliciar do talento deste genial diretor que sempre me faz (ou fazia) chorar de emoção em seus filmes como ‘Menina de Ouro’ e o maravilhoso ‘Gran Torino’
De família humilde, o jovem J. Edgar, vivido por Leonardo diCaprio, tem uma ânsia pela criminalística e muita vontade de trabalhar. Foi o criador e diretor geral por mais de quarenta anos do Bureau de Investigação dos EUA – o que chamamos hoje de FBI. Este personagem real da história norte-americana tinha personalidade forte e muitos o odiavam pelo seu estranho jeito de tratar as pessoas.
Arrogante e vaidoso, J.Edgar vive o drama psicológico de ‘não poder’ assumir sua homossexualidade. Tendo um caso de amor (ao que tudo indica) assexuado com seu fiel escudeiro Clide Tolson (Armie Hammer), quando é mostrado na tela os primeiros desenhos de um romance entre os dois deu para ouvir risinhos na sala de cinema e isso (confesso!) me incomodou um puco. Mas a história não é um drama gay. Na verdade o roteiro quis dizer tudo e não disse nada – apenas um filme biográfico.
Tinha tudo para ser um grande filme, mas é difícil manter os olhos abertos diante da lentíssima narrativa – mesmo que não linear da história. De bom neste filme temos a interpretação de Leonardo diCaprio – que vem provando que não é só mais um rostinho lindo, a maquiagem feita para deixá-lo mais velho e a direção de arte que recria ambientes de diversas épocas.
p.s.: Resisti muito para o texto não conter spoilers para poder justificar mais a minha opinião sobre o filme e acho que consegui.
Por George Araujo