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Saúde

‘Infecção por HIV é praticamente impossível’, diz médico após caso de jovem perfurada por seringa em festa na Orla de Aracaju

Genilson Coutinho,
09/06/2024 | 22h06

Após uma jovem de 20 anos afirmar que havia sido perfurada por uma seringa na panturrilha durante uma festa junina na Orla da Atalaia, em Aracaju, e o caso repercutir nas redes sociais, o responsável técnico do Programa Estadual IST/AIDS Almir Santana, informou que a possibilidade de contrair uma infecção por HIV desta maneira é, praticamente, nula, já que o vírus não sobrevive fora do corpo.

Almir Santana ainda alertou sobre a associação do termo ‘carimbadores’ a pessoas com HIV: “Não é nada de carimbador, como circulou [nas redes sociais]. Isso foi um mito que se criou com relação às pessoas que vivem com HIV. E isso, sem dúvida alguma aumenta o preconceito. O que existe são pessoas maldosas que fazem essas atitudes. Já aconteceu em carnaval, em teatro”.

Protocolo

Em casos de ferimentos com quaisquer materiais perfurocortantes, a orientação é procurar uma unidade de urgência do Sistema Único de Saúde para receber os cuidados adequados.

“É um protocolo do MS [Ministério da Saúde], todo acidente com material perfurocortante, fazer profilaxia pós exposição, que é a PEP. Esse é o protocolo. Independente de qualquer outra situação, segue esse protocolo no atendimento. É avaliado se tem indicação ou não”, explicou.

A PEP é uma medida de prevenção de urgência à infecção pelo HIV, hepatites virais e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST), que consiste no uso de medicamentos para reduzir o risco de adquirir essas infecções. Deve ser utilizada após qualquer situação em que exista risco de contágio, tais como: violência sexual; relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha); acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico).

Entenda o caso

A vítima narrou toda a situação nas redes sociais, e disse que dançava com o noivo, quando percebeu uma movimentação estranha de pessoas ao seu redor. A jovem então sentiu que uma pessoa alcançou a panturrilha dela e a espetou com uma seringa, ela chegou a puxar a perna, o que causou um corte superficial e um sangramento no local. O suspeito fugiu.

Ao g1, a jovem disse que procurou atendimento dos bombeiros no local da festa, onde uma médica a alertou para fazer o uso do protocolo de profilaxia, que evita o contágio de doenças infecciosas, após o contato. Ela chegou a ir a um hospital particular, onde foi informada que os medicamentos são administrados apenas pelo SUS, então buscou atendimento no Hospital Fernando Franco, na Zona Sul de Aracaju, onde já iniciou o tratamento.

O que dizem os órgãos de Segurança e Saúde

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) confirmou que a vítima procurou o posto de saúde do Samu, localizado no Arraiá do Povo, e recebeu o atendimento inicial necessário. A pasta também alegou que a Gerência do Programa IST/Aids está em contato com a vítima, passando todas as orientações e encaminhamentos.

Já a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que o efetivo empregado pela Polícia Militar, durante o Arraiá do Povo, não registrou prisões referentes ao uso de agulhas por parte de pessoas que estavam na área da festa. Ressalta, ainda, que nenhum Boletim de Ocorrência foi registrado na Delegacia de Turismo (Detur), unidade plantonista da Polícia Civil voltada ao atendimento das ocorrências da festa.

Fonte: G1