Festival Radioca integra ocupação no Centro Cultural Futuros – Arte e Tecnologia, no Rio de Janeiro

Inaugurado há 18 anos na cidade do Rio de Janeiro, com a proposta de democratizar o acesso a experiências de arte, ciência e tecnologia, o Centro Cultural Oi Futuro chega à maioridade assumindo, a partir deste mês de abril, uma nova marca: Futuros – Arte e Tecnologia. Para celebrar essa nova fase, o espaço se torna o epicentro de alguns dos festivais mais inovadores do Brasil. A ocupação artística batizada de “Futuração – Festivais Navegando Todos os Sentidos”, que toma toda a área expositiva do edifício, apresenta a multiplicidade de linguagens e a riqueza simbólica de festivais nativos das regiões Norte, Nordeste, Sul e Centro-Oeste – entre eles, o Festival Radioca, de Salvador. A visitação fica aberta até 30 de abril, de quarta a domingo, das 11h às 20h, com entrada gratuita.
Construída em tom de manifesto, a ocupação coletiva reverbera as vozes destes eventos, que incluem também os festivais Amazônia Mapping (PA), Se Rasgum (PA) + LabVerde (AM), Novíssimos (BA), Favela Sounds (DF), Latinidades (DF), MATE (RS) e Morrostock (RS). Ao longo de mais de 20 anos, por meio do Programa Oi de Patrocínios Culturais Incentivados, o instituto Oi Futuro tem investido na criação e na evolução de festivais no Brasil. “Os oito festivais participantes, além do LabVerde, são projetos originalmente apoiados pela Oi e pelo Oi Futuro. O Futuros renasce com essa grande missão que é reunir o melhor da produção cultural do Brasil e promover encontros inéditos que geram mudanças e inovações na sociedade”, conta Sara Crosman, presidente do instituto Oi Futuro.
A proposta de convergência artística por trás de “Futuração” soma a poética de cada um dos coletivos, diluindo as autorias e protagonismos numa estética coesa, única e potente a serviço dos desafios mais contemporâneos. “‘Futuração’ é uma experiência colaborativa inédita de ocupação. O projeto convoca o visitante a refletir sobre como a música, os festivais e a arte, de maneira geral, podem mobilizar públicos para as questões do tempo presente. Se cada festival possui uma voz, ‘Futuração’ é como um grande coral”, analisa Chico Dub, diretor artístico residente do Futuros – Arte e Tecnologia.
Partindo de uma visão sobre os festivais como vetores de mudança do tempo histórico, “Futuração” se propõe a estimular o desenvolvimento de práticas inovadoras e colaborativas entre as iniciativas brasileiras contempladas pelo projeto, também articulando a criação artística com urgências contemporâneas acerca da inclusão, diversidade, acessibilidades, meio ambiente, território, equidades, comunicações e humanidades. Assim, a ocupação assume um perfil de manifesto para expressar como a arte pode contribuir para a construção de novos futuros e como os festivais são agentes contemporâneos de mobilização social.
Sobre o Festival Radioca – Desde 2015, com seis edições já realizadas, o soteropolitano Festival Radioca mergulha na música brasileira, valorizando sua diversidade, misturando diferentes estilos e incentivando o público a se deparar com o novo. Originada do Programa Radioca, veiculado na Rádio Educadora FM Bahia desde 2008, a curadoria busca apresentar artistas e acontecimentos musicais relevantes, numa identidade que acredita na inovação, escapa de obviedades, fisga tendências e coloca em contato, numa mesma plateia, gente de múltiplos interesses, consolidando o lema de “A música que você ainda vai ouvir”. Realizado pela Tropicasa Produções, e figurado entre os principais eventos musicais do país, o Radioca já levou aos seus palcos 65 shows de artistas e bandas de 14 estados de todas as regiões do Brasil. A curadoria é feita pelo jornalista Luciano Matos, os músicos Roberto Barreto e Ronei Jorge e a produtora cultural Carol Morena.
Sobre “Futuração – Festivais Navegando Todos os Sentidos” – Estruturalmente, “Futuração” ocupa todos os espaços expositivos do Futuros – Arte e Tecnologia. No andar térreo, o hall propõe um recorte da história e cultura dos festivais nacionais e independentes, especialmente entre as décadas de 1990 até a atualidade, através de conteúdos audiovisuais. No videowall, é exibida uma mostra do que foi produzido no passado pelos festivais participantes. Já nas telas espalhadas pelo espaço, o público assiste a entrevistas com personagens-chave para a realização destes eventos, com destaque para os realizadores das iniciativas envolvidas em “Futuração”.
Essa porta de entrada faz uma ponte para a Galeria 3, que é o ponto de partida da exposição. Uma linha do tempo multimídia viaja pela história dos festivais ao longo das últimas seis décadas, contextualizando as vozes que protagonizaram debates importantes na sociedade. O fio condutor é ilustrado por objetos de memorabilia e conta com pop-ups que destacam momentos relevantes na trajetória desses eventos através de diferentes suportes, como áudio, vídeo e imagem.
Já nas Galerias 1 e 2 foram elencadas algumas das pautas mais urgentes da atualidade, trabalhadas através de objetos sonoros e interativos, instalações audiovisuais, lambe-lambe, grafite e outras mídias. A Galeria 1 aborda temas ligados à negritude, antirracismo, ancestralidade, diáspora, diversidade sexual e anti-homofobia. Neste espaço, o público encontra a exposição “Rosas em Vida”, uma homenagem a 100 mulheres afro-latinas.
Em outro ponto da galeria, está o mapa interativo da criatividade nas favelas do Brasil, um projeto-piloto que vem sendo desenvolvido de forma colaborativa e com apoio de pesquisa ligada ao curso de Produção Cultural da Universidade Federal Fluminense (UFF). Sua estreia no “Futuração” foca na música com o objetivo de compartilhar novos talentos com o grande público e com possíveis contratantes.
Por fim, uma jukebox interativa curada por todos os festivais reúne canções políticas. Com canções de nomes como Emicida, Criolo e Elza Soares, a instalação é inspirada na obra “A jukebox of people trying to change the world”, da artista escocesa Ruth Ewan.
A Galeria 2 traz um mergulho na Amazônia contemporânea, a partir de visualidades e sonoridades produzidas em primeira pessoa, com trabalhos de importantes nomes da arte brasileira que representam as muitas Amazônias do agora. De um lado, o público é convidado a mergulhar em uma experiência imersiva, criada com obras de artistas visuais e sonoros, através de projeções em 360º, que ocupam paredes, chão e teto. Do outro lado da galeria, há uma instalação que dialoga com o folclore de Parintins. Resultado da imersão proposta durante a residência LabSonora, a instalação “Cabeças sonoras” é formada por paredes grafitadas.
Quem visitar “Futuração” poderá ainda navegar pelo Musehum, o Museu das Comunicações e Humanidades, que ocupa o sexto andar de Futuros e aborda as comunicações sob a perspectiva das relações humanas, trazendo o público para o centro da experiência da visitação, tornando-o parte integrante de seu repertório.
Futuração – Festivais Navegando Todos os Sentidos
Onde: Centro Cultural Futuros – Arte e Tecnologia
Rua Dois de Dezembro, 63 – Flamengo – Rio de Janeiro/RJ
Quando: Até 30 de abril de 2023, quarta a domingo, das 11h às 20h
Quanto: Entrada gratuita
Classificação indicativa: Livre
Site: https://oifuturo.org.br
Instagram: @oi_futuro
Festival Radioca
Site: https://festival.radioca.com.br
Acesse todos os canais do Radioca: https://linktr.ee/radioca