O Congresso está sendo organizado por docentes do Instituto de Letras da UFBA e da UNEB e o tema escolhido, “Literatura Comparada e a invenção de um mundo comum”, objetiva, no contexto pós-pandêmico, ampliar e aprofundar a conscientização de que as pessoas precisam umas das outras para existir, mas também a de que só temos esse mundo e é necessário esforço para resistir aos que agem em favor da exclusão, do aumento das desigualdades e da destruição do que se construiu até aqui em benefício do bem comum, enquanto se celebra a arte do encontro e da convivência em torno da Literatura.
Estão confirmadas as participações de intelectuais relevantes como conferencistas, palestrantes, com destaque para Conceição Evaristo, Angela Davis, Flora Süssekind, Mauro Iasi e Ailton Krenak. Também é relevante a concessão dos Prêmios Tânia Franco Carvalhal a Silviano Santiago e Blaise Cendrars a Ettore Finazzi-Agrò, o primeiro pela sua enorme contribuição no desenvolvimento da Literatura Comparada no Brasil e o segundo, professor emérito da Universidade de Roma La Sapienza, pela promoção da literatura brasileira no exterior, tanto em sua produção crítica quanto na formação de inúmeros pesquisadores hoje em atividade.
A Associação Brasileira de Literatura Comparada (ABRALIC) é uma associação civil de caráter cultural, sem fins lucrativos, que congrega professores universitários, pesquisadores e estudiosos de Literatura Comparada em âmbito nacional e internacional.
A ABRALIC foi fundada em 1986 em Porto Alegre, no âmbito do I Seminário Latino-americano de Literatura Comparada, realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Desde então, foram realizados 18 encontros internacionais intermediários e 17 congressos internacionais.
Ao longo dos 37 anos de existência da Associação, esses eventos ocorreram em todas as regiões do Brasil, em suas principais cidades. Tanto os Encontros Internacionais como os Congressos Internacionais da ABRALIC são organizados em torno de um tema central, escolhido para cada edição.
Cerca de 1.800 pessoas estão inscritas para acompanharem esta edição do Congresso, a segunda que a Universidade Federal da Bahia sedia: na primeira vez, em 2000, o evento obteve enorme sucesso, o que certamente influiu para que, agora, seja grande o número de participantes. Para Rachel Esteves Lima, presidente da ABRALIC, “reconhecendo que um dos principais frutos da Literatura Comparada decorre do fato de ter ela se situado numa zona fronteiriça e perigosa a partir da qual colocou em causa o discurso do colonialismo cultural, acreditamos ser agora, no território da Bahia de Todos os Santos, um bom momento para recolocar essas questões, dando visibilidade aos saberes ancestrais que foram relegados à margem durante séculos”.
Além de dar continuidade ao fluxo de diálogos e intercâmbios intelectuais entre as diferentes linhas e correntes que a ABRALIC congrega, o XVIII Congresso busca também discutir e divulgar resultados de pesquisas ligadas ao estudo da literatura articulada com as questões estéticas e políticas contemporâneas, compartilhando propostas de contribuição da literatura para a construção de um mundo mais justo e democrático.
Assim, foram definidos dez eixos, em torno dos quais se distribuem 101 Simpósios Temáticos: