Com nova forma de fazer MPB, cantora Iuna Falcão se destaca como novo nome da música baiana
Com um estilo musical que apresenta uma mistura dos tambores ancestrais de Cabo Verde com a diversidade musical negra do Brasil, a jovem e mais nova artista do cenário musical baiano, Iuna Falcão, traz uma nova forma de fazer MPB.
A cantora de 22 anos, nascida em São Luiz do Maranhão, mas com uma forte influência cultural baiana, mostra em seu som uma versatilidade musical e um timbre vocal sensual e único, junto a uma apresentação que gera encantamento.
Mulher negra, nascida em meio a artistas, Iuna traz em suas canções as nuances da África que conversam com a cultura do seu lugar. “Eu canto, principalmente aquilo que acredito, e por isso busco sempre exaltar a minha ancestralidade”, afirma.
A artista conta que sua carreira musical começou exatamente dentro de casa, desde pequena, com uma influência musical considerável dos pais e da avó. “No entanto, só levei a sério minha relação com a música de dois anos pra cá, com as coincidências do destino que me levaram a conhecer os meus companheiros de trabalho”, destaca.
Para a cantora, suas referências artísticas vêm primeiro de dentro de casa com seus familiares. “Minha maior referência é a minha avó, Maria Falcão. Artista desde os 12 anos, sempre foi apaixonada por música e tudo que envolve esse assunto, se tornou a primeira mulher radialista do Maranhão, chegando a trabalhar em cinco rádios diferentes”, revela com orgulho.
Iuna Falcão ainda acrescenta que as referências artísticas fora da família são muito ligadas a Cabo Verde. “Como as cantoras Mayra Andrade, Aline Frazão, Maria de Barros e Toty Sa’ med. Mas também busco beber da fonte de outros lugares do mundo, a exemplo da francesa Yusan Band, do multi-instrumentista nigeriano Fela Kuti e o nosso Djavan”, complementa.
Toda essa mistura e versatilidade pode ser conferida no projeto ‘Covers’, onde a artista traz versões com arranjos próprios de grandes sucessos musicais do cenário musical nacional e internacional, lançados no último mês no YouTube e que juntos já somam mais de 160 mil visualizações na plataforma.
“Lá eu apresento a minha versão com releituras das músicas ‘Na Baixa do Sapateiro’ (Ary Barroso), ‘Orange Moon’ (Erycka Badu), ‘Lágrimas Negras’ (Gal), ‘Fotografia’ (Tom Jobim) e ‘Say Yes’ (Floetry)”, conta.
Para a jovem artista, que está no começo de sua trajetória, em seu caminho já existem conquistas consideráveis, como a visibilidade que o projeto ‘Covers’ tem proporcionado. “Para mim, essa é uma das coisas mais importantes, pois estou tendo o privilégio de conhecer grandes artistas que admiro e a oportunidade de trabalhar e aprender com eles”, celebra.
Envolvida no mundo das artes, Iuna além de cantora, também toca violão e piano, além de amar artes plásticas, como no caso da pintura, que é o seu hobbie terapêutico preferido, e afirma que é nesse lugar das cores de onde tira sua inspiração para a música.
Para a artista, a música e a arte foram a forma que encontrou para expor todas as suas questões internas e revela que sempre foi uma pessoa fechada, com dificuldade de expressar os sentimentos, ou de até mesmo desenvolver uma conversa.
“A arte em geral me faz expurgar tudo aquilo que eu tenho preso em mim desde a infância. Então, de uma certa forma, eu implantei isso em todas as partes da minha vida, eu respiro isso”, enaltece.
Inspirada e buscando apresentar os seus sentimentos por meio da música, a artista adianta que vem trabalho autoral novo para o público neste ano. “Já tenho dois EP’s, que conversam entre si, para serem lançados em 2022. Estamos na parte dos detalhes, mas a partir do mês de julho estarão disponíveis nas plataformas de streaming”, finaliza.