Comportamento

Opinião

Social

Chamado à empatia

Redação,
14/06/2024 | 11h06
Foto: Arquivo pessoal Marcelo Cerqueira

Por Marcelo Cerqueira *

No dia 15 de junho, celebramos o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, uma ocasião fundamental para refletir sobre os abusos enfrentados por uma parcela vulnerável de nossa sociedade. Entre essas pessoas, as idosas LGBT+ enfrentam um duplo preconceito, temendo sair às ruas devido à possibilidade de discriminação relacionada à idade, orientação sexual e identidade de gênero.
É essencial sensibilizar os jovens e adultos para um chamado ao respeito e à empatia, convidando-os a vivenciar brevemente a experiência existencial dos idosos, tentando se identificar com suas emoções e vivências. Esse exercício, similar ao realizado por atores em seus papéis, pode capacitar as pessoas a refletir e agir em prol da comunidade LGBT+ idosa, permitindo que as velhices assumam seu protagonismo e importância.
A luta contra a violência e a discriminação das pessoas idosas LGBT+ é uma responsabilidade coletiva e contínua. Cada indivíduo pode fazer a diferença através de ações individuais, apoio a grupos comunitários e advocacia por políticas inclusivas. Urge revisar a legislação para incluir o amparo às velhices LGBT+ e garantir que todos os idosos LGBT+ possam viver plenamente e com segurança.
As pessoas idosas LGBT+ enfrentam desafios únicos e complexos, incluindo a homofobia, bifobia e transfobia, muitas vezes agravadas dentro de suas famílias ou instituições de cuidado. A invisibilidade social e a falta de representatividade adequada contribuem para o isolamento e a negligência.
A violência contra a pessoa idosa LGBT+ pode manifestar-se de diversas formas, incluindo abuso físico, emocional, financeiro e negligência. A conscientização é o primeiro passo para combater essa violência, desmantelando estereótipos prejudiciais e promovendo uma cultura de respeito e inclusão.
Os governos e instituições cada um com o seu papel devem implementar políticas públicas que protejam os direitos das pessoas idosas LGBT+, garantindo acesso a serviços de saúde competentes e sensíveis às questões LGBT+. Organizações LGBT+ desempenham um papel crucial na proteção e apoio à comunidade idosa LGBT+, promovendo o diálogo intergeracional e fortalecendo a rede de apoio. A Política instituída há cerca de vinte anos, não garante as especificidades.
Neste Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, somos chamados a refletir sobre nossas atitudes e ações. É um convite para construir uma sociedade mais justa e inclusiva, onde todas as pessoas, independentemente da idade ou orientação sexual, possam viver com dignidade e respeito.
O GGB está desenvolvendo uma pesquisa para conhecer mais profundamente o envelhecimento da população LGBT de Salvador.

Participe aqui.

*Marcelo Cerqueira – Coordenador Municipal das Políticas LGBT`+ e ativista do GGB.