Na tarde do último sábado (13), a oficialização da união civil de Solange Ramires e Sabriny Benitez se tornou símbolo da resistência ao preconceito no fórum da cidade de Santana do Livramento. As duas mulheres foram o pivô da polêmica sobre o casamento gay no CTG Sentinelas do Planalto, que pegou fogo na última quinta-feira, após uma série de ameaças.
Solange e Sabriny foram recebidas com muitos aplausos na cerimônia em Santana do Livramento. Emocionadas, elas receberam os parabéns dos convidados. Por volta das 16h30min, a juíza Carine Labres deu início à cerimônia do casamento coletivo que uniu 29 casais. A magistrada parafraseou o cantor Raul Seixas: “Sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só. Sonho que se sonha junto é a realidade”, disse.
O Presidente do Tribunal de Justiça, desembargador José Aquino, lamentou os incidentes ocorridos. Antes, a ministra de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, que veio especialmente para a cerimônia, descontraiu o ambiente dizendo que casar, hoje em dia, já é um desafio. Em seguida, fez questão de ressaltar a importância do ato celebrado – união de duas mulheres. “O que ocorreu aqui servirá para um debate nacional”. Ideli concluiu que o RS e o Brasil estão orgulhosos das meninas que casaram em Livramento.
Um grande aparato policial foi montado e apenas os noivos e familiares tiveram acesso à rua Barão do Triunfo, onde fica o fórum, que foi especialmente decorado para o casamento coletivo. As cadeiras e o altar onde foi presidida a cerimônia ganharam as cores da bandeira do Rio Grande do Sul. Uma bandeira que representa o movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros (LGBT) foi estendida na mesa onde os noivos trocaram alianças.