Bariátrica por outro viés, os riscos da obesidade e suas comodidades na pandemia da Covid-19
A cirurgia bariátrica é comprovadamente um tratamento eficaz para uma série de doenças relacionadas à obesidade que está diretamente ligada com o alto índice de mortalidade em pacientes com essa comorbidade quando positivam para a covid-19.
Estudos científicos recentes indicam que os indivíduos com obesidade são mais vulneráveis às formas graves da covid-19, além de sofrerem mais frequentemente com a necessidade de ventilação mecânica e com uma maior mortalidade pela doença.
De acordo com Dr. Bruno Duque, Cirurgião Bariátrico, Geral e Videolaparoscopia e Especialista nutricional enteral e parenteral, alguns dos mecanismos que podem explicar isso são as relações entre obesidade e as disfunções respiratórias, como menor capacidade de comportar ar nos pulmões. A pressão do abdômen (barriga) pode impedir que o pulmão se expanda adequadamente nos momentos de dificuldade para respirar; maior frequência de outras doenças que aumentam o risco em obesos, como diabetes, problemas no coração e nos rins e o risco metabólico pela associação com hipertensão, aumento da gordura no sangue (dislipidemia) e pré-diabetes.
A descoberta de mecanismos da perda de peso para controlar, e muitas vezes até eliminar o diabetes, adicionou o conceito de cirurgia metabólica, as vantagens não se resumem, portanto, à eliminação dos quilos a mais. O procedimento dá uma vida nova a pessoas com graus menores de obesidade que antes não conseguiam controlar a glicose, a pressão e o colesterol.
Comorbidades ligada diretamente a covid e principalmente as sequelas no pós-covid, no caso do diabetes tipo 2, 90% dos pacientes conseguem controlar a doença após a cirurgia bariátrica. A cirurgia reduz em 60% o risco de desenvolvimento de câncer, a apneia obstrutiva do sono é reduzida em 85% dos pacientes e o risco de desenvolver doença arterial coronariana cai 56%.
Os indivíduos com obesidade apresentam uma atividade elevada de fatores que contribuem para maior inflamação. A perda de controle da inflamação é um dos mecanismos que provocam a forma grave da covid-19, e os obesos estão mais suscetíveis a este risco. Diante dessas evidências, o Protocolo Estadual Infecção Humana pelo SARS-COV-2 considera que os obesos estão no grupo de risco.
“Há também outro fato muito importante: o período da pandemia e suas consequências aumentam o risco de piora da alimentação e do controle do peso. Estamos nos movimentando menos e enfrentando uma situação excepcionalmente estressante, o que pode contribuir para o ganho de peso. Por isso, precisamos comer bem e nos exercitar, pois esse risco pode ser evitado” esclarece Duque.
Confira algumas doenças que melhoram após a cirurgia bariátrica e metabólica:
Diabetes tipo 2, apneia do sono, hipertensão arterial, dislipidemia, doença coronária, osteo-artrites, doenças cardiovasculares (infarto do miocárdio, angina, insuficiência cardíaca congestiva, acidente vascular cerebral, hipertensão e fibrilação atrial, cardiomiopatia dilatada, cor pulmonale e síndrome de hipoventilação), asma grave não controlada, osteoartroses, hérnias discais, refluxo gastroesofageano com indicação cirúrgica, colecistopatia calculosa, pancreatites agudas de repetição, esteatose hepática, incontinência urinária de esforço na mulher, infertilidade masculina e feminina, disfunção erétil, síndrome dos ovários policísticos, veias varicosas e doença hemorroidária, hipertensão intracraniana idiopática, estigmatização social e depressão.
Dr. Bruno Duque
Cirurgia Bariátrica, Geral e Videolaparoscópica
Esp. nutricional enteral e parenteral
CRM 17108BA
RQE C. GERAL 9117
RQE C. BAR 11525
RQE NUT 14085