Em tempos em que a tecnologia está, muitas vezes, atropelando a história de um filme, O Artista vem para comprovar a teoria de que menos é mais.
Em preto e branco e com 99,99% de mudez, o filme é um misto de sensações. Uma experiência única. Afinal, quando é que você ia ver um filme mudo no cinema em pleno ano de 2012? Como se não bastasse, O Artista é uma grande homenagem ao cinema; do jeitinho que a Academia do Oscar gosta, por isso ganhou, entre outros quatro, o Oscar de Melhor filme este ano.
O Artista conta a história de George Valentin (Jean Dujardin); um ator de cinema mudo hiper famoso. Cheio de caretas, ele é a grande estrela de um estúdio de Hollywood e o colírio das menininhas, principalmente da jovem fã Peppy Miller (Bérénice Bejo). Porém, com o surgimento do cinema falado e o orgulho de George, a grande estrela vai perdendo notoriedade ao mesmo tempo em que a bela Peppy Miller se destaca cada vez mais como grande novidade do cinema. Assim como em Cantando na Chuva, o filme mostra bem esta transição do cinema mudo para o falado e as consequências disso. Para se ter uma noção, segundo o livro The Hollywood Story, em 1928, dos 294 filmes feitos em Hollywood, 220 eram mudos; no ano seguinte, de 290, apenas 28 eram sem voz.
George Valentin vai caindo no ostracismo sempre acompanhado de seu motorista e de seu cãozinho e a decadência é inevitável. Um grande drama regado a poucos diálogos e uma maravilhosa trilha sonora que embala e dinamiza todo filme. Perfeito! Uma ótima dica, não só para os nostálgicos admiradores da sétima arte, mas também para quem busca algo diferente e, porque não dizer, criativo e inovador.
George Araújo – Colunista de Cinema
Publicitário, Blogueiro, twitteiro e cinéfilo de plantão. Trabalha na área de criação gráfica e com mídias sociais e é idealizador do BlogayrosCamp.