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A eterna irreverência de Cazuza, com todo o amor que houver nesta vida; Poeta faria 64 anos nesta segunda (4)

Genilson Coutinho,
04/04/2022 | 13h04

Nesta segunda-feira, 4 de abril, Agenor de Miranda Araújo Neto, o eterno Cazuza, faria 64 anos. O cantor, poeta e compositor nos deixou 1990, com apenas 32 anos – vítima de complicações causadas pela aids – mas entrou para a história como um dos maiores nomes da música popular brasileira de todos os tempos.

Filho de Lucinha Araújo e do produtor musical João Araújo – fundador da gravadora Som Livre – Cazuza sempre viveu em um ambiente musical. Dono de uma genialidade impressionante com as palavras, e de uma voz e habilidade vocal inconfundíveis, Cazuza começou como vocalista do Barão Vermelho – uma das maiores bandas de rock do Brasil – ao lado de Frejat, que na época era o guitarrista do grupo e só assumiu os vocais depois da saída de Cazuza para carreira solo, em 1985.

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Irreverente e cheio de personalidade, sua vasta obra transcende o tempo e deixa um legado único, que revolucionou a música brasileira, ao unir o rock’n roll e a MPB, com clássicos como: Bete Balanço, Pro Dia Nascer Feliz, Exagerado, O Tempo não Pára, Codinome Beija-Flor, Ideologia, Faz Parte do meu Show, O Nosso Amor a Gente Inventa, Todo Amor que Houver Nessa Vida, Brasil e Preciso Dizer que te Amo e tantos outros.

10 Curiosidades sobre Cazuza:

1 – Agenor de Miranda Araújo Neto, Cazuza recebeu este apelido antes de nascer. Cazuza, no nordeste, significa “moleque, garoto”. Seu verdadeiro nome foi escolhido por insistência da avó paterna.

2 – Na infância, Cazuza nem sequer sabia seu nome de batismo, por isso não respondia à chamada na escola. Só mais tarde, quando descobriu que um de seus ídolos, Cartola, também se chamava Agenor (na verdade, Angenor, por um erro do cartório), é que Cazuza começa a gostar do seu nome.

3 – Após a sua morte, em 1990, os pais do artista fundaram a Sociedade Viva Cazuza, que por muitos anos teve como missão proporcionar uma vida melhor a crianças soropositivas, por meio de assistência à saúde, educação e lazer.

Entrevista de Quinta – “O Cazuza renasceu”, diz Lucinha Araújo, 25 anos após morte do filho – Blog do Arcanjo

4 – Antes de tornar-se vocalista do Barão Vermelho, Cazuza trabalhou na Som Livre, gravadora fundada por seu pai, João Araújo. Em um primeiro momento no departamento artístico, onde fazia triagem de fitas de novos talentos e, depois, na assessoria de imprensa, onde escreveu releases para divulgar os artistas.

5 – Cazuza ingressou no grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone, companhia teatral que revelou outros artistas como Regina Casé, Evandro Mesquita e Luís Fernando Guimarães. Foi lá que Cazuza cantou em público pela primeira vez.

6 – O cantor e compositor Leo Jaime foi convidado para integrar uma nova banda de rock de garagem que se formava no bairro carioca do Rio Comprido, não aceitou e indicou Cazuza aos vocais. Assim nascia o Barão Vermelho.

7 – O Barão Vermelho foi convidado a compor e gravar o tema do filme Bete Balanço, de Lael Rodrigues, em 1984. A canção-título, de Cazuza e Frejat, tornou-se a música de maior sucesso da banda e um clássico do rock nacional, sendo a canção mais regravada do Barão Vermelho.

8 – Em outubro de 2008 a revista Rolling Stone Brasil promoveu a lista dos Cem Maiores Artistas da Música Brasileira, cujo resultado colocou Cazuza na 34ª posição.

9 – Em 1997, Cássia Eller lançou o álbum Veneno AntiMonotonia, que traz somente composições de Cazuza. A cantora é a intérprete que mais gravou canções de Cazuza.

10 – O Barão Vermelho estourou após Ney Matogrosso gravar Pro Dia Nascer Feliz, de Cazuza e Frejat, que se tornou o primeiro hit da banda e um de seus maiores sucessos.

entrevista Lucina Araújo mãe Cazuza - Tpm

Sociedade Viva Cazuza fechou as portas 

Missão cumprida depois de 30 anos na luta contra a aids. Esse foi o sentimento de Lucinha Araújo quando anunciou o fechamento da Sociedade Viva Cazuza, em 2020.

Criada em 1990 para dar apoio aos pacientes com HIV, a instituição fechou as portas em dezembro de 2020. O local atendeu mais de 300 crianças vivendo com HIV.

Nos primeiros anos de fundação, a Viva Cazuza trabalhou junto ao Hospital Universitário Gaffrée e Guinle. Na época, conseguiu aumentar o número de leitos destinados aos pacientes com aids. Em 1994, inaugurou a primeira Casa de Apoio Pediátrico do município do Rio de Janeiro.

Mas o legado de Cazuza tem sido preservado pela mãe do cantor. Ela costuma se envolver em diversas iniciativas para manter viva a história pessoal e artística do filho.

Pra você, Cazuza, todo o amor que houver nessa vida. Sempre! Feliz aniversário!

Agência AIDS