‘Da Raiz Ancestral ao Fio Cultural’: Evento gratuito fala sobre reconhecimento e valorização da beleza negra
Pensando em incentivar o debate sobre quebra de padrões, reconhecimento da identidade e valorização da beleza negra, o Atelier dos Cachos promove a primeira edição do evento “Da Raiz Ancestral ao Fio Cultural”, em uma programação que contempla uma roda de conversas sobre transição capilar, moda afro-brasileira, maquiagem para peles negras, representatividade na infância e música. O evento é aberto ao público e acontece dia 8 de novembro (segunda-feira), das 9h às 12h, no Orixás Center. Mais informações e programação completa estão disponíveis no perfil @atelierdoscachos
Essa edição estreia com a participação de nomes expressivos como Cássia Valle, atriz do Bando de Teatro Olodum, escritora e psicopedagoga, idealizadora do Projeto Calu Brincante, que fala sobre representatividade para crianças negras; Madá Negrif, empreendedora e designer de moda, idealizadora da marca de roupas Negrif que mistura brasilidade e ancestralidade africana; Natália Cavalcante, maquiadora especialista em peles negras, CEO da Para Maquiadores e uma das fundadoras do Espaço Criativo de maquiagem A Casa do Para; e Patrícia Salviano, produtora cultural, administradora e gestora do Atelier dos Cachos, que estará mediando a conversa. A programação conta ainda com depoimentos de mulheres e cabeleireiras contando sobre suas histórias com a transição capilar e o reconhecimento da beleza natural dos cabelos, além de música ao vivo com o violoncelista Caio Brito.
“Segundo Soraia Coelho, idealizadora do Atelier dos Cachos, o evento tem como propósito se constituir enquanto espaço de informação, debate e reconexão. “Culturalmente não fomos ensinados a reconhecer os traços e a identidade negra como bonitos, já que a beleza foi pautada no padrão eurocêntrico e há todo um contexto da escravização que reforçou isso. Acreditamos que para romper essa ideia o primeiro passo é ter clareza desse contexto histórico-social-cultural, reconhecer nossas raízes ancestrais e aprender a valorizar a beleza do corpo negro”.
Gerente administrativa do Atelier dos Cachos, Patrícia Salviano ressalta que percebe no salão como tem crescido o número de mulheres resgatando seus fios naturais, no entanto quanto mais crespo o cabelo, maior é o julgamento preconceituoso e por isso é importante combater esse posicionamento e valorizar todas as texturas e formas. “Acreditamos que a aceitação do cabelo não é só uma questão estética, mas política, de liberdade e atitude e quanto mais falarmos e darmos espaços de visibilidade para falar disso, mais cedo quebraremos esses velhos padrões”.
SERVIÇO
“Da Raiz Ancestral ao Fio Cultural” – Encontro de (Re)conhecimento e valorização da identidade e beleza negra
8 de novembro
9 às 12h
Orixás Center (R. Clóvis Spínola, 40 – Politeama)
Gratuito
Realização: Atelier dos Cachos
Mais informações: www.atelierdoscachos.com.br
@atelierdoscachos
Programação:
9h – 9:15: Abertura: Violoncelo com Caio Brito
9:15 – 10:45: Roda de Conversas“Representatividade e construção da autoestima de crianças pretas”- Cássia Valle
“Quebrando padrões e enaltecendo nossos traços” – Natália Cavalcante
“Vestindo nossas raízes ancestrais: A moda como expressão da identidade”- Madá Negrif
11:00 – 12:00 – Depoimentos de Mulheres que passaram por Transição Capilar
SOBRE ATELIER DOS CACHOS
O Atelier dos Cachos é o primeiro salão especializado em crespos e cacheados sem uso de química em Salvador. Foi fundado em 2014 e hoje conta com três unidades: Orixás Center, Itapuã e Shopping da Gente. O salão tem como propósito cuidar dos cabelos crespos e cacheados, descobrindo a beleza de deixá-los naturais e proporcionando sua liberdade como resgate às suas raízes, cultura e ancestralidade. O Atelier não usa nenhum tipo de química (exceto luzes, mechas e coloração) e nem fonte de calor que altere a estrutura dos fios, seu objetivo é evidenciar a beleza natural dos fios, entendendo que o cabelo faz parte da identidade de cada pessoa e essa identidade precisa ser amada, reconhecida e respeitada.