Cinema

No Circuito

Notícias

6 filmes para comemorar o ‘Mês do orgulho LGBTQIAPN+’

Redação,
14/06/2024 | 11h06

O ‘Mês do orgulho LGBTQIAPN+’ é comemorado em junho e muitas produções estão investindo em filmes e séries que destacam a representatividade da comunidade, reforçando a visibilidade para a luta, discutindo tramas e personagens de diferentes gêneros.
 
As Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA) apresenta nos dias 18, 19, 25, 27 e 28 de junho, quatro filmes em sessões gratuitas e abertas ao público, a partir das 14h, na instituição, em Botafogo, no CineClube Faísca. Uma iniciativa voltada para a exibição de filmes que exploram temas relevantes para a sociedade sob múltiplas perspectivas.
 
“Durante todas as terças e quintas de junho, para celebrar a multiplicidade de vivências dentro da comunidade LGBTQIAPN+, teremos exibições de filmes que abordam temas como identidade, amor, resistência e aceitação”, explica Gabriel Monteiro, um dos responsáveis pelo CineClube Faísca.

Abaixo, segue a lista com os filmes:

HUSTLER WHITE 

Exibição: 18/06 

“Hustler White”, dirigido por Bruce LaBruce, é um filme ousado que explora as complexidades da sexualidade e dos diferentes desejos, ambientado no submundo de Los Angeles. Lançado em 1996, o filme oferece uma visão provocativa da prostituição masculina, desafiando as normas convencionais da sexualidade ao retratar uma variedade de experiências sexuais e fetiches.

O filme é relevante por retratar relações homoafetivas de forma não romântica, explorando a complexidade das conexões entre indivíduos em um contexto de desejo e intimidade. Sua exibição durante o mês do orgulho LGBTQIAPN+ é significativa, pois promove uma mensagem de aceitação e compreensão, estimulando discussões sobre a diversidade sexual e a importância de respeitar e valorizar as diferentes formas de expressão e identidade dentro da comunidade.

NUNCA FUI SANTA  

Exibição – 19/06 

O filme acompanha a jornada de Megan, interpretada lindamente por Natasha Lyonne, uma jovem cheerleader enviada para um acampamento de conversão para gays, após seus pais suspeitarem que ela é lésbica. A partir daí, o filme aborda questões como a pressão social para se conformar aos padrões heteronormativos e a descoberta da própria identidade. O contraste entre a atmosfera colorida e extravagante do acampamento de conversão e a seriedade dos assuntos tratados cria um cenário onde as mensagens são ainda mais impactantes.
 

“But I’m a Cheerleader” / “Nunca Fui Santa” aborda questões sobre identidade sexual e de gênero de uma maneira que é ao mesmo tempo divertida, perspicaz, acessível e cativante para o público. É ótimo ver filmes que podem educar e entreter ao mesmo tempo durante o mês do orgulho LGBTQIAPN+. Sua leveza não diminui a profundidade das mensagens sobre aceitação e auto aceitação, enquanto desafia as normas sociais e estereótipos de gênero, promovendo a diversidade de forma poderosa e desafiando o status quo. Também permite uma análise mais profunda das normas sociais e dos preconceitos enfrentados pela comunidade LGBTQIAPN+.

MOONLIGHT: SOB A LUZ DO LUAR 

Exibição: 25/06 

“Moonlight: Sob a Luz do Luar”, dirigido por Barry Jenkins e lançado em 2016, narra a jornada de autodescoberta e aceitação de Chiron, um jovem negro crescendo em um bairro violento de Miami. O filme explora de maneira sensível e profunda as questões de identidade, sexualidade e raça, acompanhando Chiron em três fases distintas de sua vida. Ao abordar temas como a homossexualidade e a busca por identidade em um ambiente hostil, oferece uma narrativa rara e essencial sobre as complexidades da experiência LGBTQIAPN+.

Durante o mês do orgulho, o filme serve como um lembrete do poder transformador da aceitação e da autenticidade, promovendo uma discussão vital sobre a importância de criar espaços seguros para que todas as pessoas possam expressar suas verdadeiras identidades. Ao destacar a interseccionalidade entre raça e sexualidade, a narrativa reforça a necessidade de visibilidade e empatia, celebrando a diversidade e a resiliência da comunidade LGBTQIAPN+.

MINHA MÃE É UMA PEÇA 

Exibição – 26/06 

“Minha Mãe É Uma Peça”, considerada a obra-prima de Paulo Gustavo, é um filme de 2013 dirigido por André Pellenz e baseado na peça homônima. Tanto a peça quanto o longa fizeram milhões de pessoas rirem e conhecerem a história de Dona Hermínia, uma mãe e dona de casa superprotetora que não segura a língua quando se trata de cuidar de seus filhos, mesmo enquanto eles se tornam cada vez mais independentes. A interpretação de Dona Hermínia, inspirada na mãe de Paulo Gustavo e realizada pelo próprio ator em drag, pode não ter sido completamente inovadora para as televisões brasileiras na época, mas destacou-se por não ser depreciativa nem ridicularizar o fato de que um homem estava representando uma mulher.

Paulo Gustavo criou um símbolo de humanidade e compreensão, destacando a importância de ser acolhido por quem mais amamos. Mostrar esse filme nesse contexto é uma homenagem ao legado do ator e um reconhecimento da importância de representações positivas e autênticas na mídia.

 
 
FUNERAL DAS ROSAS 

Exibição: 27/06 

“Funeral das Rosas” de Toshio Matsumoto é um marco do cinema LGBTQIAPN+ que aborda temas de identidade, sexualidade e resistência em uma sociedade conservadora. O filme, lançado em 1969, conta a história de Eddie, uma mulher trans que trabalha em um bar gay em Tóquio, e seu relacionamento com os desafios e preconceitos que enfrenta. Ao retratar de forma ousada e sensível a vida de uma pessoa trans em uma época de intensa repressão social, Matsumoto oferece uma visão pioneira e empática das complexidades das identidades de gênero e sexualidade. Esse tema, explorado com profundidade e nuance, destaca a importância da autenticidade e da busca pela aceitação em um mundo que muitas vezes marginaliza o que não entende.

O filme não só ilumina a luta individual de Eddie, mas também lança luz sobre as estruturas sociais que perpetuam a discriminação e a exclusão. Ao trazer essa narrativa para o público acadêmico, a exibição contribui para a desmistificação e humanização das experiências trans e queer, incentivando uma maior empatia e compreensão. Dessa forma, “Funeral das Rosas” torna-se não apenas um retrato artístico de uma época, mas também um poderoso instrumento educacional e de celebração da diversidade, sublinhando a importância da visibilidade e da inclusão no cinema.

 
 
THE WATERMELON WOMAN  

Exibição: 28/06 

O filme “The Watermelon Woman” que foi um dos primeiros filmes a ser escrito e dirigido por uma cineasta negra e lésbica, Cheryl Dunye, e lançado em 1996. Este filme semiautobiográfico aborda questões de identidade racial e sexual de maneira única, oferecendo uma perspectiva autêntica e pouco vista na mídia mainstream na época. Além disso, o filme desafia estereótipos e confronta questões de representação dentro da comunidade LGBTQIAPN+.
 

Ao acompanhar a jornada de Cheryl, uma jovem cineasta negra lésbica, tal como a escritora e diretora, enquanto ela investiga a vida de uma atriz dos anos 1930 conhecida como “The Watermelon Woman”, o filme desafia estereótipos e destaca a importância da diversidade e visibilidade na comunidade LGBTQIAPN+. Cheryl se apaixona pela atriz enquanto pesquisa sobre ela, e o filme acompanha suas descobertas sobre a vida e carreira da Watermelon Woman, bem como suas próprias lutas e experiências pessoais em relação à identidade racial e sexual, fazendo com que seja uma adição extremamente importante ao repertório desta mostra.

SERVIÇO – CineClube Faísca 

Todos os filmes serão exibidos a partir das 14h na FACHA

Endereço: R. Muniz Barreto, 51 – Botafogo

Informações: @cineclubefaisca