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1º de dezembro – dia mundial de luta contra a aids: Equidade já!

Por Gladys Almeida

Hoje é mais um dia de luta e celebração do 1º de dezembro – dia mundial de luta contra a aids.
É importante reforçar para a população em geral a mensagem de que a “aids ainda não acabou”. Atualmente a população jovem, entre 18 e 29 anos, é a mais afetada pela epidemia. Então é preciso o investimento em políticas públicas, programas e ações governamentais de prevenção e atenção voltadas para esse público.
O tema de primeiro de dezembro deste ano, definido por UNAIDS (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids) é: Equidade já.
E o que esse tema nos diz:
Ele nos remete a importância de políticas públicas em HIV e aids efetivas em relação aos direitos das Pessoas que Vivem com HIV ou aids, como o direto à saúde. E esse direito implica na oferta regular de medicamentos antirretrovirais; SAEs (Serviços e Atenção Especializada) com médicos infectologistas suficientes de modo a atender as Pessoas que Vivem com HIV ou aids (PVHA) em suas demandas de saúde; uma equipe multidisciplinar que acolha as demandas e necessidade de quem vivem com HIV e aids; a oferta e acesso a exames e consultas médicas em períodos regulares.
Mas, infelizmente, o direito à saúde está ameaçado. Aqui em Salvador, o SAE Marymar Novais está por volta de 2 (dois) anos sem médicos infectologistas, e isso é uma ameaça grave a condição de saúde e bem-viver das PVHA. Esta situação pode resultar em falhas no tratamento, em resistência terapêutica e pode levar a complicações na situação de saúde dessas pessoas. Para além disso, tem o impacto na saúde emocional, que leva à ansiedade, depressão e medo.
Se olharmos atentamente veremos que esse contexto é paradoxal, quando do outro lado, no campo da prevenção, falamos em I=I, ou seja, Indetectável é igual a Intransmissível, ou seja, que uma pessoa que faz uso regular de Antirretrovirais (ARV), por mais de 6 meses, o risco é zero de transmissão do HIV, – e isso é bom demais! Significa melhor qualidade de vida para quem vive com HIV.
Outro aspecto da equidade é sobre a Não discriminação das PVHA.
Uma Pessoa que Vive com HIV ou Aids tem todos os direitos assegurados, como o direito à educação, ao trabalho, à saúde, a não discriminação, o direito de ser respeito/a e viver enquanto cidadã e cidadão. Tem o direito ao sexo e ao amor.
Então a mensagem do GAPA Bahia é:
Equidade já é = zero discriminação em relação às Pessoas que vivem com HIV e Aids = respeito + solidariedade = amor, que é fundamental para se viver.
Todo esse movimento que o GAPA Bahia e outras organizações do movimento de enfrentamento a Aids faz é por uma sociedade com justiça, direitos e por uma vida com dignidade para as PVHA.
Viva a vida!

Gladys Almeida, psicóloga, especialista em Direitos Humanos, coordenadora geral do GAPA Bahia, ativista do movimento de Direitos Humanos e conselheira estadual de saúde.

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