Nesta quarta-feira (27), a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS), em parceria com outras organizações da sociedade civil, promoveu a “1ª Feira da Diversidade: Informação e Cidadania”. O evento, que ocorreu pelo turno da tarde, foi sediado no Casarão da Diversidade, em Salvador, e teve como objetivo ofertar serviços de cidadania para o público LGBTQIA+.
“A Feira surgiu com uma ideia da SJDHDS junto com alguns parceiros que atuam em rede com a gente. Nós percebemos que algumas pessoas, assistidas por eles e por nós, vinham com algumas demandas específicas que dificultavam inserir elas em alguns serviços de promoção de cidadania como, por exemplo, auxílios e benefícios sociais”, destacou o coordenador de Políticas LGBT da SJDHDS, Kaio Macedo.
Dentre as ações promovidas na Feira, o público presente teve acesso a questões relacionadas às documentações importantes para a efetivação de seus direitos. Emissão e atualização do Título de Eleitor, atualização do CadÚnico, retificação de nome social, segunda via de certidão, além do encaminhamento do RG, foram algumas das ações realizadas no evento.
“Esse é um momento muito importante, porque nós não temos os órgãos todos os dias, com a paciência que nós estamos vendo aqui, com relação a esclarecimento da documentação e orientação para as pessoas. Até por isso, esse momento simboliza um processo de cidadania. Espero que essas pessoas saibam que essa casa está aberta para auxiliá-los e para preservar os direitos delas.” comentou Sandra Muñoz, coordenadora da Casa Marielle Franco, que acolhe mulheres e LGBTs na Bahia.
De acordo com a Coordenação de Políticas LGBT da SJDHDS, a proposta do projeto é estender os atendimentos no futuro e se tornar uma atividade que seja referência para essas pessoas.
“A ideia é que a Feira seja permanente. Neste primeiro momento, foi um projeto experimental, por isso fechamos apenas um turno. Entretanto, no mês de maio, que é o mês da diversidade, faremos um dia completo de ações. Nós buscaremos novos serviços, novos parceiros e a ideia é que ela fique contínua, no mínimo, uma vez por mês. Até que, de fato, a gente consiga incluir toda população LGBT dentro dos programas e das ações que promovam a cidadania”, concluiu Kaio Macedo.
Com um atendimento que durou das 13h30 até as 17h30, a primeira edição da Feira contou com a presença de mais de 100 pessoas nesta tarde, superando a expectativa da organização.
“Achei a Feira muito importante, porque não são todos que possuem condições de pagar as taxas necessárias, até porque nós, travestis, somos marginalizadas e sofremos muito preconceito, como a dificuldade de arranjar empregos. Por isso, é muito importante encontrarmos um ambiente com um projeto como esse”, destacou Tereza Moreira.
O evento foi realizado meio da Superintendência de Direitos Humanos, Superintendência de Políticas sobre Drogas e Acolhimento a Grupos Vulneráveis, Programa Corra pro Abraço e Procon-BA; e das organizações Mães do Arco-Íris, Atração, ABGLT, Fórum Baiano LGBT, Prepara Salvador, Chama para Dançar, Prefeitura Municipal de Salvador e Gapa-BA.