Como garantir acessibilidade e a sustentabilidade na Oncologia? Quais as principais inovações e como elas afetam o dia a dia dos pacientes? A importância de parcerias com instituições públicas e o cuidado, do diagnóstico ao tratamento? Essas são apenas algumas das temáticas que vão guiar o 12º Congresso Internacional Oncoclínicas Dana-Farber Cancer Institute, que acontece entre os dias 26 e 28 de setembro no Centro de Eventos e Convenções Brasil 21, em Brasília (DF), com transmissão ao vivo pelo site oficial.
Esta edição terá a participação de mais de 400 palestrantes nacionais e internacionais, com a apresentação de 23 módulos temáticos. Segundo Bruno Ferrari, fundador e CEO da Oncoclínicas&Co, a sustentabilidade da área oncológica é um dos principais pontos a serem debatidos durante o evento.
A sustentabilidade na oncologia não se limita ao acesso financeiro; ela envolve um processo colaborativo que vai além da prática médica e exige a atuação integrada de uma equipe multidisciplinar, permitindo que avancemos continuamente na qualidade do atendimento, enquanto mantemos um foco claro na equidade e eficiência dos tratamentos. É importante destacar que as tecnologias de ponta, incluindo medicamentos e outras inovações, envolvem custos significativos para serem desenvolvidas. Precisamos buscar maneiras para garantir que os benefícios do progresso científico estejam disponíveis para um número maior de pessoas. O desenvolvimento de novas drogas e inovações proporciona melhorias significativas na qualidade de vida dos pacientes, tornando os tratamentos mais avançados e menos agressivos. É o tratamento certo, na hora certa, para o paciente certo”, comenta.
Diretor médico da Oncoclínicas&Co, o oncologista Carlos Gil Ferreira, complementa a análise com aquilo que considera ser “preocupação número um” da Oncologia: “precisamos diminuir a desigualdade no acesso à saúde como um todo, principalmente na oncologia, pois os custos aumentam em uma velocidade muito mais rápida. O progresso científico que temos visto é empolgante, mas garantir que todos os acessem é preocupante. Aqui no Brasil temos melhores perspectivas no SUS. Nos últimos anos, houve uma grande mobilização para vários projetos, principalmente projetos de lei, e também pautas e debates sobre o tema, algo que era inimaginável alguns anos atrás, mas é preciso avançar mais”, explica.
Gestão em Saúde e Protagonismo do paciente
A gestão eficiente em saúde não leva apenas a uma melhoria na sustentabilidade financeira de empresas do setor e das políticas voltadas à questão, mas precisa chegar, principalmente, ao paciente e a sua jornada, do diagnóstico ao tratamento, passando também pelos cuidados continuados. É o que aponta Max Mano, coordenador do 12º Congresso Internacional Oncoclínicas Dana-Farber Cancer Institute.
Para isso, enfatiza o especialista, uma grande parte dos módulos e painéis terá como foco o protagonismo do paciente na tomada de decisões da sua doença. Denominado “Linha de Cuidados”, o tema abordará a importância da voz ativa desses indivíduos e de uma equipe multidisciplinar no cuidado oncológico.
“É cada vez mais evidente na oncologia que o bem-estar do paciente não se resume apenas ao remédio que está tomando ou o tratamento que está passando. A qualidade de vida é também a valorização de sua tomada de decisões e de uma visão holística sobre a sua vida, que engloba aspectos psicológicos, familiares, profissionais, sonhos de vida, entre outras questões. Os especialistas precisam estar preparados para atender os pacientes dessa forma, com esse olhar, pois a gente percebe uma melhora no enfrentamento da doença”, diz Mano.
O congresso também destacará aspectos mais práticos de gestão, oferecendo aulas, palestras e painéis que focam na melhoria contínua, visando aprimorar, inclusive, a sustentabilidade do setor.
A aula magna sobre Liderança em Saúde trará como destaque a presença de Fadil Çitaku, PhD, MME, CEO da Academy of Leadership Sciences, uma prestigiada empresa suíça especializada em treinamento de liderança. O especialista internacional abordará temas fundamentais relacionados à liderança e gestão no setor da saúde, com uma palestra intitulada “A Ciência da Liderança Médica e sua Relevância nos Dias Atuais”.
O módulo “Liderança e Mentorias”, coordenado pela médica Aline Gonçalves, também focará no tema. “O painel aborda a importância do acompanhamento para jovens médicos, com a participação de experts. A ideia é repassar o conhecimento adquirido, já com as informações de quem vivenciou e vivencia o dia a dia da oncologia, tanto na linha de frente do atendimento, acompanhamento das rotinas ao paciente, como também para quem optou pela gestão”, explica Max Mano.
Desta forma, o evento abordará assuntos de relevância para todos os profissionais envolvidos no ciclo de cuidado oncológico, incluindo médicos de diferentes áreas, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, farmacêuticos, estomatologistas, gestores, educadores físicos e demais especialistas que atuam no suporte aos pacientes com câncer – para muito além da doença, em prol da qualidade de vida.
Avanços científicos
A programação não deixará de abordar as novas tecnologias que vêm sendo desenvolvidas na área, como elas chegam ao país e as perspectivas para o futuro. Análise genômica e molecular, CarT Cell, medicina de precisão, imunoterapia e uso da Inteligência Artificial são algumas das abordagens que nunca param de avançar em novidades, conforme sinaliza Ferrari.
“A IA especificamente tem muito a contribuir tanto em gestão como em análise de populações, incidências, etc, que são fundamentais para elaboração de políticas públicas, o que dialoga muito com as nossas maiores preocupações atuais: a acessibilidade, a equidade e a sustentabilidade da saúde e da Oncologia”, afirma o CEO da Oncoclínicas&Co.
Outros destaques
Max Mano apontou outros módulos que serão destaque na programação. Um deles é o de “Políticas Públicas e Acesso a Medicamentos”, liderado pelo oncologista Diogo Rosa, da Oncoclínicas Rio de Janeiro, que abordará o acesso a medicamentos e tratamentos, tanto no sistema público quanto no privado.
Haverá ainda um painel dedicado à integração de projetos de pesquisa com a Medsir, empresa espanhola especializada em ensaios clínicos globais focados no câncer, adquirida pela Oncoclínicas em 2023. Além disso, este ano o congresso contará com a participação de dois speakers internacionais da Medsir em sessões da plenária.
Na linha de parcerias para o desenvolvimento de estratégias no combate ao câncer, o evento contará adicionalmente com um módulo totalmente dedicado ao Centro Integrado de Pesquisa em Oncologia Translacional (Cipot), iniciativa conjunta da Oncoclínicas e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), onde serão apresentadas diretrizes estratégicas, projetos inéditos de pós-graduação e estudos em desenvolvimento. As discussões trarão complementarmente uma visão das ações para a inovação e empreendedorismo promovidos pelo Cipot, sempre relacionadas à educação para divulgação científica
Panorama global do câncer
Atualmente, considerando uma prevalência de 5 anos da doença, a OMS informa que aproximadamente 53,5 milhões de pessoas estão vivendo com câncer em todo mundo, sendo que 1,6 milhão delas estão no Brasil – um número que, conforme as perspectivas da entidade, seguirá crescendo.
As projeções indicam uma tendência de elevação dos índices mundiais de detecção do câncer, chegando ao patamar médio de aumento de 77% em 2050 quando comparado ao cenário registrado em 2022, com 20 milhões de novos casos da doença. Isso significa que nas próximas décadas uma a cada 5 pessoas terá câncer em alguma fase da vida.
Em 2022, 10 tipos de câncer representaram dois terços dos novos casos e dos 9 milhões de óbitos decorrentes da doença. O de pulmão foi o mais comum em todo mundo, com 2,5 milhões de diagnósticos (12,4% do total), seguido do câncer de mama feminino (2,3 milhões, ou 11,6%), colorretal (1,9 milhão, 9,6%), próstata (1,5 milhão, 7,3%) e estômago (970 mil, 4,9%). Globalmente, tumores de pulmão (18,7%), colorretal (9,3%) e fígado (7,8%) foram as principais causas de óbito pela doença.
No Brasil, dos 1.634.441 pacientes oncológicos em 2022 — incluindo os novos casos e aqueles diagnosticados em cinco anos —, 278.835 morreram, principalmente de tumores de pulmão, mama feminino e colorretal. As três maiores incidências foram próstata (102.519), mama feminino (94.728) e colorretal (60.118). O risco de desenvolver qualquer tipo de câncer no país antes dos 75 anos foi de 21,5%, sendo maior (24,3%) entre os homens.
Considerando a previsão de novos casos em 2050, o Brasil deve registrar 1,15 milhão de novos casos, um aumento de 83,5% em comparação a 2022. As mortes por câncer também devem ter um aumento considerável: 554 mil, 98,6% a mais do que o atual volume registrado de óbitos pela doença no país.
Para Carlos Gil, diante do cenário atual do câncer e da previsão alarmante de que esses números aumentarão consideravelmente nas próximas décadas, o 12º Congresso Internacional Oncoclínicas Dana-Farber ganha ainda mais relevância. “O evento se propõe a discutir não apenas o que há de mais recente e promissor para cada tipo de tumor, mas também como essas inovações podem ser integradas de forma prática ao cuidado diário em todo o país. A abordagem nos 23 módulos irá trazer aspectos essenciais da oncologia, proporcionando uma visão multidisciplinar aprofundada em termos de diagnóstico e tratamento. O nosso maior desafio é garantir que essas descobertas cheguem à rotina clínica em todas as regiões, ajudando a reduzir as desigualdades socioeconômicas e territoriais que ainda afetam o acesso ao tratamento oncológico no país. E esse é um compromisso que está no DNA da Oncoclínicas”, finaliza.
Serviço
12º Congresso Internacional Oncoclínicas Dana-Farber Cancer Institute
Data: 26 a 28 de setembro de 2024
Local: Centro de Eventos e Convenções Brasil 21, Brasília (presencial) e online – evento híbrido
Tema: Oncologia do Futuro: inovação e eficiência como motores da sustentabilidade
Inscrições: congressooncoclinicas.com.br/
Sobre a Oncoclínicas&Co
Oncoclínicas&Co é o maior grupo dedicado ao tratamento do câncer na América Latina, com um modelo especializado e inovador focado em toda a jornada do tratamento oncológico, aliando eficiência operacional, atendimento humanizado e especialização por meio de um corpo clínico composto por mais de 2.700 médicos especialistas com ênfase em oncologia. Com a missão de democratizar o tratamento oncológico, oferece um sistema completo que integra clínicas ambulatoriais a câncer centers de alta complexidade. Conta com 142 unidades em 39 cidades brasileiras, permitindo acesso de qualidade em todas as regiões que atua, alinhados aos padrões dos melhores centros de referência mundiais no tratamento do câncer.
Com foco em tecnologia, medicina de precisão e genômica, a Oncoclínicas realizou aproximadamente 635 mil tratamentos em 2023. É parceira exclusiva no Brasil do Dana-Farber Cancer Institute, afiliado à Faculdade de Medicina de Harvard, um dos principais centros de pesquisa e tratamento de câncer no mundo. Possui a Boston Lighthouse Innovation, especializada em bioinformática, em Cambridge, Estados Unidos, e participação na MedSir, dedicada ao desenvolvimento e gestão de ensaios clínicos para pesquisas independentes sobre o câncer, em Barcelona, Espanha. Recentemente, expandiu sua atuação para a Arábia Saudita por meio de uma joint venture com o Grupo Al Faisaliah, levando a missão de vencer o câncer para um novo continente e proporcionando cuidados oncológicos em escala global, ao combinar a hiperespecialização oncológica com abordagens inovadoras de tratamento.
A companhia integra a carteira do IDIVERSA, índice lançado pela B3, destacando empresas comprometidas com diversidade de gênero e raça. Para maiores informações acesse: www.grupooncoclinicas.com.