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Unitaid levará tratamento preventivo inovador do HIV a Brasil e África do Sul

Mais de 37 milhões de pessoas no mundo têm HIV — Foto: Thinkstock

Por France Presse

A organização internacional Unitaid vai financiar a introdução no Brasil e na África do Sul de um tratamento preventivo inovador para o HIV, um tratamento injetável de ação prolongada, informou a agência nesta sexta-feira (18).

Este programa, explicou, é direcionado a um público muito particular: “adolescentes e mulheres jovens da África do Sul, por serem atualmente as primeiras afetadas pelo HIV, as pessoas trans e homens que fazem sexo com homens no Brasil, que são também segmentos da população altamente afetados”.

Em comunicado, a Unitaid explica que esta versão injetável da profilaxia pré-exposição (PrEP) – também chamada de cabotegravir de ação prolongada – é a mais recente inovação na prevenção do HIV.

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“Os Estados Unidos e a Inglaterra acabaram de aprovar esse sistema, embora ainda não esteja disponível”, disse Verhoosel.

“O custo nos Estados Unidos é de 22.000 dólares ao ano (por pessoa). Obviamente, não podemos ter um custo de 22.000 dólares por ano nos países em desenvolvimento. É por isso que a Unitaid existe e é por isso que negociamos com as empresas farmacêuticas para ter os custos mais baratos possível”, acrescentou.

O tratamento demonstrou ser entre 70% e 90% mais eficaz do que a PrEP oral diária na redução do risco de infecção pelo HIV e requer apenas seis injeções por ano, de acordo com a organização.

Em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Brasil e a Wits RHI na África do Sul, além de autoridades de saúde dos dois países, a Unitaid acabará incluindo esse tipo de tratamento nos programas nacionais de saúde sexual.

Na África do Sul, as adolescentes e as mulheres jovens apresentam taxas de infecção desproporcionalmente altas. Na África Subsaariana, as mulheres jovens têm o dobro de chances de se infectar com HIV do que os homens jovens.

“Graças aos investimentos da Unitaid, as comunidades brasileiras desproporcionalmente afetadas pelo HIV serão as primeiras do mundo a se beneficiar deste novo tratamento preventivo”, elogiou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, no comunicado.

 Foto: shutterstock

O projeto piloto sul-africano também incluirá um segundo novo produto de prevenção do HIV de ação prolongada para adolescentes e mulheres jovens: o anel vaginal de dapivirina de 28 dias.

Os anéis de cabotegravir e dapivirina usados nesses projetos foram adquiridos pela Viiv e pelo Global Fund por meio do Departamento de Saúde da África do Sul, respectivamente.

A agência pediu aos laboratórios que adaptem seus preços aos países de baixa renda e, no longo prazo, permitam a fabricação de genéricos.

Atualmente, um milhão de pessoas em todo o mundo têm acesso à PrEP, muito abaixo da meta da ONU.

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