Transex..
Transex..
Por Rodrigo Almeida
31/01/2011
Exagero ou a sociedade parece só perceber os indivíduos quando eles são ilustrados em rede nacional? Questiono este fato pois o que parecia pertencer ao submundo dos pervertidos e marginais foi lançado gloriosamente na jaula do BigBrother aos aplausos dos telespectadores: uma transexual.
Considerada pela Organização Mundial de Saúde como um tipo de transtorno de gêneros, transexuais são pessoas que se sentem intimamente pertencentes ao sexo oposto, ou seja, não se identificam com o seu sexo anatômico e por isso buscam/realizam uma Cirurgia de Reatribuição Sexual (CRS).
O termo transexual surgiu no ano de 1949 devido a anotações do médico psiquiatra David O. Caldwell publicado em um jornal popular da época, sendo que anteriormente, em 1930, ocorreu o primeiro caso de Reatribuição Sexual de um homem, lançando oficialmente para o mundo uma possibilidade aos neurodiscordantes de gênero.
Diversas são as definições do termo transexual, porém todas convergem para um mesmo significado “um transexual masculino é anatomicamente um homem, mas sente-se como uma mulher desde a infância. Esse sentimento é muitas vezes mantido em segredo por muito tempo, e causa um profundo desconforto psíquico. Um transexual feminino é uma mulher que se sente intimamente como um homem, também desde a infância” (transexual.com.br).
O que ainda assusta a sociedade está presente em crianças e adultos. Rodeados por marginalização social a vida dos transexuais foi exemplificada no documentário, produzido pelo canal ABC (Estados Unidos), Meu Eu Secreto, por meio de histórias de crianças que desde muito novas enfrentam os desafios de não se perceberem sexualmente como estão anatomicamente. Tendo alguns exemplos, o documentário se propõe a expor um tabu real como forma de permitir ao espectador uma análise da pluralidade social e da realidade vivida pelos transexuais e por suas famílias.
No Brasil desde 1997, por meio da resolução de nº 1428/97, o Conselho Federal de Medicina autorizou cirurgias para mudança de sexo desde que realizadas em hospitais universitários como fins de pesquisa e experimentação.
Apesar dos transexuais afirmarem sem titubeios o desconforto vivido com o órgão sexual de nascimento o processo médico até a reatribuição dura no mínimo 2 anos. Esse tempo é necessário para acompanhamento médico, psicológico, alteração hormonal e entrevistas com especialistas a fim da garantia de que para este individuo não existe o risco de arrependimento.
Tão normais como a vida de todos os transexuais não optam por mudarem de sexo, eles, por alguma ironia do destino, nasceram em corpos errados.
“A deformidade do corpo não afeia uma bela alma, mas a formosura da alma reflete-se no corpo” Séneca
Rodrigo Almeida
Sou um pesquisador apaixonado por Relações Humanas, Relações Públicas, Comunicação Digital, Inteligência, Redes Sociais, Conhecimento de Causa, Humildade, Educação, Discernimento, Coragem, Elegância entre tantas outras coisas… Diz aí o que você pensa sobre isso. Vamos conversar sobre o mundo!
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