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Terreiro Axé Omin Ifan recebe roda de conversa sobre comunidade LGBT+ e legado ancestral no candomblé

Genilson Coutinho,
12/03/2025 | 21h03
Foto: Acervo do Ilê Axé Omin Ifan

No dia 23 de março, a partir das 10hhs, o Ilê Axé Omin Ifan em São Tomé de Paripe receberá o projeto Okan Dudu que busca fortalecer as vivências, histórias e ensinamentos através da oralidade no Candomblé.

A primeira edição do projeto contará somente com as pessoas de Terreiro para debater importantes temáticas dentro da religião como seus desafios e aproximações com a nova geração, compreendendo que a tradição depende de l continuidade e LGBTQIAPN+ no candomblé.

Sobre o projeto :

O Projeto Okàn Dùdù , que significa “Coração Negro” em yorubá, realizará um ciclo de ações educativas em terreiros de Candomblé durante o mês de março, nos dias 08, 15, 22 e 29, promovendo o fortalecimento da cultura, das tradições afro-brasileiras, e quebrando estereotipos negativos associados ao Candomblé. Além disso, cria um espaço para amplificar as vozes das pessoas de terreiro, favorecendo a integração das comunidades de axé, estimulando a construção de conexões entre elas.

As atividades estão acontecendo nos terreiros Ilê Axé Babá Okê (Bom Jesus dos Pobres), Ilê Axé Babá Egun Ikuladê (Stella Maris), Ilê Axé Omin Ifan (São Tomé de Paripe) e Zoogodò Bogum Malè Rundò (Engenho Velho da Federação), reunindo sacerdotes, ogans, ekedis, yawos e abians de diferentes nações, como Angola, Jeje, Ketu, Lessé Egun e Efon.

Criado em abril de 2023, por Laísa Gabriela, o Okàn Dùdù tem como missão reafirmar identidades e preservar memórias da comunidade preta, de Candomblé, promovendo debates sobre temas essenciais. Com uma abordagem interdisciplinar, o projeto articula saberes ancestrais e contemporâneos, conectando o Candomblé às questões sociais, como diversidade de culto, direitos humanos, acolhimento a população LGBTQIAPN+, educação, raça e gênero, cultura, legado ancestral, tecnologia e saúde mental.

“O projeto chega com sete temas diversos, que abordam um pouco do nosso mundo, das nossas dinâmicas atuais e dos enfrentamentos, para além do racismo. Situações as quais precisamos nos abraçar, buscar soluções, e a melhor forma de fazer isso, é em conjunto. Este é um dos motivos que nestas sete rodas de conversas, realizadas em quatro terreiros, de diferentes nações, acontecem. Nossa ideia é fazer o nosso povo se integrar, se conhecer, se abraçar, potencializar a coletividade através destes debates, os quais nos trarão reflexões entre essas comunidades.”, explica Laísa, idealizadora e coordenadora executiva do projeto.

As rodas de conversa do Okàn Dùdù abordam temas essenciais para a comunidade de axé, promovendo reflexões e diálogos sobre questões estruturais e contemporâneas do Candomblé. Entre os temas discutidos, estão a desconstrução de estereótipos negativos, como no encontro “Exú não é diabo!” , que combate a demonização de Exú e do Candomblé; o protagonismo feminino no “Matriarcado” , destacando a liderança das mulheres pretas dentro da religião; e os desafios da era digital com “De que forma as novas tecnologias impactam nas vivências dentro do Candomblé?” . Além disso, a inclusão e o respeito à diversidade são pautados em “LGBTQIAPN+ no Candomblé: Como vencer as barreiras do preconceito?” , enquanto a importância do bem-estar da comunidade é abordada em “Saúde mental no Candomblé: quem cuida de quem cuida?” e “O acolhimento aos noviços” , que discute os cuidados destinados aos yawòs. Por fim, “Como manter o legado ancestral vivo através das gerações?” traz à tona a necessidade de preservar e transmitir os saberes tradicionais, garantindo a continuidade da tradição.

Este projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.

SERVIÇO
O quê: Ciclo de rodas de conversa do projeto Okàn Dúdù
Quando: Março de 2025
Onde: Ilê Axé Babá Okê (Bom Jesus dos Pobres), Ilê Axé Babá Egun Ikuladê (Stella Maris), Ilê Axé Omin Ifan (São Tomé de Paripe) e Zoogodò Bogum Malè Rundò (Engenho Velho da Federação)
Entrada: Gratuita