A Revista Memória LGBT em sua oitava edição homenageia a memória de Gays residentes em favelas e periferias. Neste periódico, construído coletivamente e protagonizado por gays das comunidades do Pavão, Pavãozinho e Cantagalo, objetiva-se visibilizar a comunidade G que não está no asfalto. Segue-se, com isso, a série de exposições em revista, “Ser LGBT na Favela”, em comemoração aos 450 anos de aniversário da cidade do Rio de Janeiro.
Na exposição “Ser Gay na Favela”, apresentamos memórias captadas por entrevistas realizadas por jovens gays e negros integrantes do projeto. Em cada pergunta e resposta, aprendemos um pouco mais sobre esta juventude, seus anseios e demandas, para assegurar seu lugar ao sol em uma sociedade homofóbica, cada qual contribuindo ao seu modo para o desmantelamento do sistema de preconceito ao que estão submetidos.
A edição conta também com duas análises biográficas, uma primeira sobre Mário de Andrade e as polêmicas recentes surgidas sobre sua sexualidade, avaliando as implicações de tal informação para construção da memória LGBT no Brasil, seguido de um texto de Mário Chagas sobre Clóvis Bornay, que gentilmente tem colaborado com o projeto desta revista. Lembramos também que há quase meio século correu um conjunto de episódios de confronto de LGBT e a polícia de Nova York, em marco que ficou conhecido como Stonewall, conforme aponta Guilherme Kern Assumpção e Henrique Caproni. Ao fim, uma notícia sobre as realizações do Seminário Memória, Museus e Museologia LGBT, primeiro evento do gênero do Brasil realizado pela equipe do Museu de Favela, Revista Memória LGBT e outros parceiros.
A iniciativa Memória LGBT no MUF está sendo desenvolvida por meio da parceria entre Museu de Favela Pavão, Pavãozinho e Cantagalo MUF e a Revista Memória LGBT – RMLGBT em comemoração aos 450 anos da cidade do Rio de Janeiro. A proposta foi contemplada no II Programa de Fomento à Cultura Carioca e patrocinada pela Secretaria Municipal de Cultura da cidade do Rio de Janeiro, compõem-se de rodas de memórias, oficinas, formações, exposições, publicações da Revista Memória LGBT, apresentações artísticas e Mapeamento e Inventário do Patrimônio Cultural LGBT na Favela. O objetivo é assegurar um diálogo com a comunidade sobre os desafios enfrentados por LGBT na contemporaneidade.
As atividades do Projeto Memória LGBT no MUF vem sendo desenvolvidas desde março de 2015. Trata-se de ações pró-memória, garantido o acesso, fruição e democratização da memória, cultura, educação e saúde, bem como, a cidadania plena a lésbicas, gays, transexuais e travestis, além de ser uma possível ferramenta para superar a homolesbo-transfobia na favela e na cidade do Rio de Janeiro.