A Secretaria da Educação do Estado da Bahia realizou, na última terça-feira 20, no Hotel Vilamar, em Salvador, o Seminário Educação para as Relações de Gênero e Sexualidade. O evento, que faz parte da segunda edição da Agenda Maio da Diversidade LGBT, realizada pela Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), reuniu representantes de universidades, movimentos sociais, do Conselho Estadual de Educação (CEE) e de secretarias de Estado, além de gestores e técnicos da Secretaria da Educação com o objetivo de contribuir para a elaboração de uma normativa sobre a inserção dos conteúdos relativos à educação para as relações de gênero e sexualidade nos currículos da Educação Básica e na formação de professores.
A superintendente de Desenvolvimento da Educação Básica da Secretaria da Educação do Estado, Amélia Maraux, ressaltou que esta é uma ação abrangente. “Esta iniciativa não estaria acontecendo se não tivéssemos elaborado um projeto que contemplasse uma construção coletiva e solidária visando à transformação social. Apesar de todas as dificuldades históricas para enfrentar a homofobia, o racismo e o sexismo, a Secretaria da Educação do Estado defende a pauta da inclusão. Essa luta seria ainda mais difícil se os sujeitos não tivessem agentes, a exemplo do Conselho Estadual da Educação e dos movimentos sociais, que têm tido um papel importante nesse processo de construção das novas diretrizes curriculares – um marco legal que vai dar conta da inserção desses conteúdos”, disse.
Transformação social – Representando o Conselho Estadual de Educação, Alba Guedes ressaltou que o órgão não tinha a tradição de participação como parceiro de movimentos de vanguarda. “É bom que o Conselho, agora, esteja aqui participando desse processo de transformação social. O mais importante é que lutemos pela humanização dessa nova escola, o que significa incluir nos seus currículos conteúdos que combatam o preconceito e sejam, realmente, formadores do ser humano”, pontuou.
A coordenadora do Núcleo LGBT da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos da Bahia, Paulette Furacão, destaca a importância da construção de políticas públicas neste sentido. “E hoje é um momento de celebração porque venho percebendo que estamos saindo dos guetos e ocupando ambientes importantes. Estamos assumindo a luta contra a homofobia e construindo um novo espaço educacional, visando à construção de uma sociedade mais justa”.
A integrante do Fórum Baiano LGBT, Rafaela Oliveira, avaliou como positivo o diálogo que vem sendo promovido entre os professores e gestores da rede com os representantes dos movimentos sociais contra a homofobia e outras formas de preconceito. “A educação é um espaço de empoderamento de sujeitos, e é através dela que vamos construir uma política de respeito às diferenças”.