Segundo um novo relatório publicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a infertilidade é um problema que atinge cerca de 17,5% da população adulta mundial, o que totaliza 1 em cada 6 pessoas em todo o mundo. Contudo, quem sonha com uma gestação saudável e sofre com a dificuldade para engravidar, não precisa desistir do sonho. Com o avanço da medicina, vários exames de imagem podem ser feitos para diagnosticar com mais precisão, atuar de forma preventiva e auxiliar na escolha do tratamento adequado para a doença.
Isso é o que explica o médico radiologista especializado no diagnóstico da mulher e sócio da Clínica de Saúde e Imagem (CSI), João Rafael Carneiro. De acordo com ele, em uma investigação de infertilidade feminina, é essencial realizar um mapeamento completo da paciente, avaliando possíveis causas e possibilidades, por meio de consultas com especialistas. “A infertilidade é um problema de saúde pública e o papel do diagnóstico por imagem é ajudar não somente na identificação, como na condução da doença, sobretudo na orientação e acompanhamento dos tratamentos”, esclarece o médico.
Como é feito o diagnóstico?
Quando se trata do diagnóstico da infertilidade feminina, segundo o radiologista, exames regulares, como o ultrassom transvaginal, ou complementares, como a histerossalpingografia, o ultrassom para pesquisa de endometriose profunda e a ressonância magnética da pelve, podem ser solicitados pelo médico. Isso porque estas formas de análise médica por imagem podem identificar com muita acurácia diversos problemas que afetam a saúde da mulher.
“O ultrassom transvaginal é um exame primordial para observar os principais órgãos reprodutivos da mulher e, dessa forma, avaliar fatores anatômicos. Por meio dele, podemos identificar o volume uterino e ovariano, assim como estruturas como nódulos, cistos, pólipos e malformações uterinas, dentre outras condições que podem gerar a infertilidade. Nos casos em que há suspeita de endometriose durante a investigação da infertilidade, fazemos o ultrassom com pesquisa de endometriose profunda, já que essa doença está relacionada à infertilidade em até 50% das pacientes, sendo muito importante a avaliação do quadro clínico”, ressalta João Rafael.
O radiologista ainda afirma que a combinação dos métodos de histerossalpingografia e ultrassom para pesquisa de endometriose profunda, realizados no mesmo momento e pelo mesmo profissional, possibilita a fusão cognitiva das imagens, “o que ajuda na melhor avaliação tanto da endometriose, quanto da análise das trompas e da cavidade uterina. O vanguardismo da radiologia já mostra que os profissionais formados em áreas de imagem especializadas, como no diagnóstico da mulher, e que utilizam da correlação de múltiplos métodos, conseguem melhorar a acurácia diagnóstica”.
“Exame das Trompas”
A histerossalpingografia, conhecida popularmente como “exame das trompas”, é realizada por meio de um raio-x com contraste, sendo muito assertivo na identificação de causas tubárias de infertilidade, pois consegue diagnosticar anomalias nas trompas de falópio, assim como na cavidade uterina, através da introdução de uma sonda no orifício externo do colo uterino. De acordo com João Rafael, apesar de ser um exame indicado na rotina inicial da maioria das pacientes em investigação de infertilidade, muitas mulheres têm receios de realizá-lo e sentir algum desconforto no processo.
“Pesquisas em sites não profissionais acabam trazendo informações que correspondem a um histórico de como era feito o exame no passado e não como é realizado nos dias atuais. Considerando os avanços tecnológicos de diagnóstico por imagem e a modernização da técnica para a execução do procedimento, assim como o atendimento humanizado, trata-se de um exame que pode ser realizado tranquilamente a nível ambulatorial e indolor na grande maioria dos casos. Por isso, é muito importante que essa paciente alinhe com quem vai fazer e procure um profissional habilitado, o que fará total diferença na experiência do procedimento”, diz o radiologista.