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Pioneira no acolhimento de pessoas com HIV é homenageada em livro de memórias lançado em São Paulo

Genilson Coutinho,
26/05/2025 | 19h05

Brenda Lee está viva nas palavras, nos gestos, nas memórias que desafiam o esquecimento. Um dos nomes mais poderosos da história da luta contra a aids no Brasil agora também pulsa nas páginas de Brenda Lee – memórias entrelaçadas da aids, livro do militante LGBT+ e pesquisador Ubirajara Caputo. Lançada nesta sexta-feira, 23 de maio, na Faculdade de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), a obra resgata a trajetória da travesti que, nos anos 1980, transformou sua própria casa no primeiro centro de acolhimento para pessoas vivendo com HIV no Brasil — e um dos primeiros do mundo.

Não é apenas biografia. É reencontro. É reconstrução de afetos. Caputo entrelaça suas lembranças pessoais com depoimentos e documentos históricos, formando uma tapeçaria viva da resistência travesti, da solidariedade em tempos de abandono, da coragem em meio à epidemia. A memória aqui não é nostalgia, mas ferramenta de justiça.

Brenda, assassinada aos 48 anos, não é lembrada com pesar, mas com brilho. O livro a celebra como ela foi: vibrante, generosa, firme. É uma homenagem à sua força, à sua irreverência, à sua doação absoluta à causa. Para Caputo, é uma obra política, que mira o futuro com os olhos no passado: um convite às novas gerações para que enfrentem os desafios de hoje com o mesmo espírito de rebeldia amorosa.