Pesquisa revela redução do preconceito com pessoas que vivem com HIV
Para marcar o Dia Mundial de Luta contra a AIDS, celebrado no dia 1º de dezembro, o Dois Terços, veículo de notícias LGBTQIA+ da Bahia, promoveu uma pesquisa voltada para a população LGBTQIA+ com foco nas questões relacionadas ao HIV e AIDS.
Nas primeiras semanas de novembro, os participantes responderam questões sobre testes rápidos, uso da camisinha, PrEP, PeP, e preconceito com as pessoas que vivem com HIV. A pesquisa teve como objetivo conhecer o público do veículo, entender melhor sobre como as pessoas lidam com as questões referentes às ISTs, além de alertar e fornecer informações, por meio desta mostra da população LGBTQIA+.
Dos 1 mil LGBTQIA+ soteropolitanos que responderam à pesquisa por meio do formulário, 4,3% são lésbicas; 74,9% gays; 13,3% pessoas bissexuais; e 0,7% transexuais.
É notável a presença dos jovens entre 25 e 40 anos, que representou 51,9% das respostas. Já na faixa dos 40 e 60 anos, foram 29,5%. Com mais de 60 anos, foram 16,2% dos participantes, mostrando a força e a presença dos jovens na internet. Na abordagem sobre o uso da camisinha nas relações, 54,4% disseram que usam o preservativo e 14,1% disseram que não e 30,4 % responderam que às vezes usam.
Sobre o teste rápido para detectar o HIV, 74,1% disseram que já fizeram, e 25,9% responderam que não fizeram. Sobre o uso da PrEP, 87,9% responderam que estão usando (PrEP – Profilaxia Pré-Exposição ao HIV) – é o uso preventivo de medicamentos antes da exposição ao vírus do HIV, reduzindo a probabilidade da pessoa se infectar com vírus), e 12,1% não usam. Sobre se namoraria uma pessoa vivendo com HIV, 76,6% disseram que sim, namoraria, e 23,4% responderam que não. A pesquisa também perguntou se as pessoas sabiam a diferente entre HIV x AIDS (O HIV é uma IST, ou seja, uma Infecção Sexualmente Transmissível. Sendo assim, a principal forma de contágio é a via sexual. Essas infecções são causadas por micro-organismos como fungos, bactérias e vírus. No caso do HIV, a infecção é causada por um vírus denominado vírus da imunodeficiência humana. A AIDS é o estágio mais avançado da infecção pelo HIV, e surge quando a pessoa apresenta infecções oportunistas (que se aproveitam da fraqueza do organismo, como tuberculose e pneumonia) devido à baixa imunidade ocasionada pelo vírus). Sobre isso, 88,1% disseram que sim, e 11,9% afirmaram que não sabiam a diferença.
Harley Henriques, Coordenador Geral do Fundo PositHiVo, teve acesso a pesquisa e celebrou os avanços das pessoas sobre questões sobre o HIV e a prevenção e sinalizou a importância dos caminhos para redução dos números no Brasil. “Os resultados mostram que as pessoas hoje já tem um bom nível de informação sobre o HIV, temos que manter as estratégias de prevenção para diminui o estigma e novos casos”.
Quem também celebrou o resultado foi o padre Alfredo, da Instituição Beneficente Conceição Macedo (IBCM), que atende 72 crianças vivendo com HIV, moradores de ruas e profissionais do sexo. “A pesquisa é de extrema relevância. Oferece dados expressivos da comunidade LGBTQIA+ e as ações de prevenção e cuidado no enfrentamento da realidade pandêmica do HIV/AIDS”, analisou ele.