Parada do Orgulho LGBTQIA+ na Bahia chega à 19ª edição, em programa histórico
“Racismo na comunidade LGBTQIA+”, esse é o tema da 19ª Parada do Orgulho LGBTQIA+ da Bahia, que acontece virtualmente no próximo dia 5 de dezembro( sábado), ao vivo nos canais “Me Salte” e Jornal CORREIO* (Instagram, Facebook e Youtube), a partir das 18h. O evento é uma realização do Grupo Gay da Bahia (GGB), conta com a produção da Maré Produções Culturais, patrocínio do Grupo Big, Goethe Institut Salvador e Criação de Conteúdo do Jornal CORREIO*/Me Salte e Movida Conteúdo.
Especialmente este ano, a Parada LGBTQIA+ foi adiada para dezembro, em virtude da pandemia do coronavírus (COVID-19). Para a 19ª Parada, o GGB confirmou a edição 100% online, inédita em 18 anos do evento político e social na região, que teve início ainda em 2002. A grade de programação contará com mesas de debate, espaço para militância e apresentações artísticas, emum programa online das 18h até 20h.
“As paradas são espaços importantes de múltiplas vozes. Através das plataformas digitais, pretendemos dar visibilidade a diferentes sujeitos da luta LGBTQIA+, constituindo um espaço de escuta de suas questões. Com o tema ‘racismo na comunidade LGBTQIA+’, serão 02h horas de programação nas redes com bate-papos e performances”, afirma Marcelo Cerqueira, presidente do GGB.
A expectativa é unir a comunidade para além das ruas, ocupando os debates, discussões e a programação do meio virtual. Relembrando a “Parada LGBTQIA+ de 2019”, que aconteceu nas imediações do “Dique do Tororó” — reunindo aproximadamente 1 milhão de pessoas.
Atualizada em 2 de dezembro ás 9h34
Responsável pela produção do evento, a produtora cultural diretora da Maré Produções, Fernanda Bezerra, comemora a primeira edição virtual da Parada, em 19 anos de história. “Devido a pandemia da COVID 19 e a impossibilidade de ocuparmos as ruas, como aconteceu no último ano, a Parada do Orgulho LGBTQIA+ da Bahia, uma das mais antigas do Brasil, pela primeira vez em 19 anos ocupará o espaço virtual. O mais importante é não deixarmos de realizar o projeto, para que, em 2021, ele chegue com mais força na sua celebração de vinte anos”, elucida.
Segundo o Diretor Executivo do Goethe Institut Salvador (BA), Sr. Manfred Stoffl, o patrocínio do instituto visa fortalecer a sociedade civil como um todo. “Grupos LGBTQIA+ são uma parte importante de uma sociedade civil democrática e crítica; por isso, o Goethe Institut gostaria de ser cada vez mais um espaço para gays, lésbicas, bissexuais, transsexuais e todos os demais grupos marginalizados que precisam de um lugar seguro”, relata Stoffl em nota oficial.
Em 2020 a Parada do Orgulho LGBTQIA+ da Bahia conta a curadoria do jornalista Jorge Gauthier, roteiro e produção de conteúdo de Jorge Gauthier e Dayse Porto; patrocínio do Grupo Big e Goethe Institut, Criação de Conteúdo do Jornal CORREIO*/Me Salte e Movida Conteúdo; e produção da Maré Produções.
RACISMO NA COMUNIDADE LGBTQIA+
Tema da 19ª Parada da Bahia, o “racismo na comunidade LGBTQIA+” tem origem investigativa no Relatório 2019 do Grupo Gay da Bahia, intitulado “Mortes Violentas de LGBT+ no Brasil”. O estudo do GGB evidencia que os homicídios contra pessoas LGBTQIA+ pardos e pretos dominam 37,08% dos casos, enquanto a categoria “branca” detém 36,78%.
O relatório ainda mostra que os casos de violência cresceram exponencialmente entre 2010 a 2019, resultando em uma média gradativa de 250 mortes todos os anos. Em 2017, o número de óbitos entre a comunidade LGBT cresceu quase o dobro — 445 casos. A Bahia (BA) segue como o 2º estado que mais mata LGBT’s no Brasil.
Considerada um dos levantes sociais mais importantes na luta à favor dos direitos da comunidade LGBTQIA+ na Bahia, a “Parada LGBTQIA+”, que reúne milhares de vozes todos os anos para o fim da #LGBTQIA+fobia desde 2002 — à época com 15 mil participantes, sensibiliza a população para um evento virtual e informativo, mas sem deixar de lado a “fechação”, segundo o autor do “Me Salte” — primeiro canal LGBTQIA+ do jornal CORREIO* e curador da Parada LGBTQIA+ 2020, Jorge Gauthier.
“É a ‘Parada LGBTQIA+ da Bahia’, então a gente vai trazer para esse programa ao vivo a energia da ‘Parada’, só que com muito mais reflexão, informação, respeito e obviamente, fechação. O objetivo principal é chamar as pessoas para refletirem. Quando falamos as questões sobre ‘LGBTQIA+fobia’, normalmente não associamos o olhar racial intrínseco a ela. Os LGBTQIA+ negros e negras, estão extremamente mais vulneráveis, todos os dias, do que as pessoas que não são negras. A ‘Parada LGBTQIA+desse ano é um grito por respeito a diversidade que existe tanto dentro como fora da comunidade”, conclui Gauthier.
Parada do Orgulho LGBTQIA+ da Bahia
Ocupando tradicionalmente o Campo Grande, Av. Sete de Setembro, Mercês, Piedade, São Pedro e a Praça Castro Alves, a primeira “Parada Gay da Bahia” foi realizada no ano de 2002, com cerca de 15 mil participantes. Embora as comemorações do “Dia do Orgulho Gay” — 28 de junho, tenham sido iniciadas em 1981 pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), com direito a Mareata Gay e passeatas entre a década de 80 a 90, o megaevento só veio se realizar após a virada do século, ainda tímido. Após reunir 15 mil pessoas na 1º Parada, o número cresceu exponencialmente, reunindo já mais de 200 mil participantes em seu 5º ano de atividades. Agora, a “Parada do Orgulho LGBTQIA+ da Bahia” caminha para seu 19ª ano de atividades.
PROGRAMAÇÃO
Mesas de debate
A partir das 18h, a Parada LGBTQIA+ recebe o idealizador do Coletivo Afrobapho e mobilizador social na “Campanha Jovem Negro Vivo” da Anistia Internacional Brasil, Alan Costa. Ao lado de Ismael Carvalho —Cofundador da “Preta Agência de Comunicação”, a mesa “Bichas Pretas” discute a vivência da comunidade LGBT no Brasil e no estado da Bahia, levando reflexões e informações a respeito da vulnerabilidade social de LGBT’sQIA+ negros e negras.
Na sequência, o evento virtual estreia a mesa “Negras, Lésbicas e Masculinizadas”. Entre as convidadxs, Bruna Bastos — sapatona negra, ativista e idealizadora da página “Sapatona a Entendida”, e Jandira Mawusí — idealizadora do “Coletivo Merê” e ativista nas causas raciais e de gênero LGBTQIA; dialogam sobre “lesbianidade” e “afroperspectiva”.
Ampliando os debates, a última mesa da noite traz a experiência da primeira vereadora trans e negra eleita de São Paulo — mulher mais votada da cidade com 50.508 votos pelo PSOL —, Erika Hilton. Além da vereadora, a 19º Parada LGBTQIA+ da Bahia convida à mesa “Transexuais e travestis negras não trabalham só em salão” a 1ª professora trans de São Francisco do Conde (BA), Inaê Leoni — multiartista no Coletivo das Liliths e autora do single “Onda”.
Performances artísticas
Além do levante social à reflexão e informação, a 19º Parada LGBTQIA+ da Bahia recebe as performances individuais de mais de 5 artistas conhecidos na cena baiana e por todo Brasil.
Quem estreia os palcos da Parada é a atriz, transgênero e preta Matheuzza Xavier — estrela do espetáculo Peles Negras, Máscaras Brancas – direção Onisajé. A artista figura ao lado da apresentadora, transformista e realizadora de concursos de beleza, Bagageryer Spilberg, além da artista visual e drag queen Malayka SN.
Já “Hiran”, baiano de 25 anos conhecido no rap nacional por hits como “Lágrima, feat. Gloria Groove, Baco Exu do Blues e Àttooxxá” e “Tem Mana no Rap”, collabs com o BaianaSystem, shows de abertura para BNegão e por figurar junto às cantoras Duda Beat (PE) e Ludmilla (RJ), tem lugar garantido no 19º ano da Parada. O rapper tem trazido à agenda da música independente brasileira uma nova integração de realidades e influências, buscando um novo ar para o hip hop da Bahia e o rap queer.
Outra estrela da noite é a pernambucana e cantora afrofuturista Doralyce, autora dos hits “Acenda a Luz”, “Eu Boto” e “O Boyzinho”. A artista é engajada em questões sociais, como mostra seus primeiros álbuns solos, Canto da Revolução (2017) e Pílula Livre (2019).
Ao lado de Doralyce, Josyara é responsável por sacudir a 19ª Parada LGBTQIA+ da Bahia, resgatando a energia do seu primeiro disco, Uni Versos (2012). A cantora natural de Juazeiro (BA) já levou os troféus de “Melhor Instrumentista” e o Escuta As Minas, tirando a inspiração do sertão para as letras.
Sobre a 19º Parada LGBTQIA+ da Bahia
Reunindo milhares de vozes todos os anos, o 19º ano da Parada LGBTQIA+ ocupa, dessa vez, os ambientes virtuais através da hashtag #paradalgbtqiadabahia2020. A frente da Parada por quase duas décadas, o Grupo Gay da Bahia (GGB) é o realizador do evento, com a produção da Maré Produções Culturais, patrocínio do Grupo Big, Goethe-Institut Salvador – Bahia e Criação de Conteúdo do Jornal CORREIO*/Me Salte e Movida Conteúdo.
SERVIÇO
19ª Parada do Orgulho LGBTQIA+ da Bahia
Quando: 5 de dezembro, sábado;
Horário: das 18h às 20h.
Onde: ao vivo nos canais “Me Salte” e Jornal CORREIO*;
Participantes: Alan Costa, Bruna Bastos, Ismael Carvalho, Inae, Janda Mawusí, Érica Hilton, Hiran, Matheuzza, Bagageryer Spilberg, Josyara e Doralyce, Jorge Gauthier.
SERVIÇO
19ª Parada do Orgulho LGBTQIA+ da Bahia
Quando: 5 de dezembro, sábado;
Horário: Das 18h até 20h.
Onde: ao vivo nos canais “Me Salte” e Jornal CORREIO* (Instagram, Facebook e Youtube);