O dezembro vermelho no ano da pandemia do covid-19
No dia 1º de dezembro (Dia Mundial de luta contra a Aids) o mundo inteiro dedica-se a promover ações de sensibilização junto a população sobre a prevenção e o tratamento precoce contra o HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), a Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).
Especialmente no ano da pandemia do covid-19 (2020) o desafio foi e continua sendo os cuidados com diagnóstico e adesão ao tratamento. A sociedade continua enfrentando uma repentina e severa pandemia que afetou diversos setores em todos os países e, no Brasil os impactos provocados pela covid-19 também atingiram às pessoas que vivem com HIV/AIDS no acesso aos serviços nas mais diversas complexidades.
O medo, as incertezas e inseguranças se instalaram no momento inicial, mas os protocolos chegaram para organizar o fluxo e garantir o acesso. Os serviços especializados do município de Salvador mantiveram a testagem, atendimentos multidisciplinares e tratamento de forma ininterrupta onde, a adesão foi fortalecida com a orientação e a prática das medidas de segurança como: o uso de máscaras, lavagem das mãos, uso de álcool em gel e o distanciamento recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Acredito que a garantia do acesso permitiu a continuidade da prevenção e promoção a saúde pois, além de usar a camisinha (que é ofertada nas unidades de saúde e pelas organizações não governamentais – ONG’s) é fundamental fazer o teste rápido precocemente. O tratamento adequado do HIV e de qualquer outra IST é muito importante e, os profissionais que atuam nos serviços especializados sabem que quanto mais cedo os pacientes aderem ao tratamento, a carga viral, que é a quantidade de HIV no organismo, será indetectável.
O que isso significa? Melhor qualidade de vida para pessoa que vive com HIV, impedindo a mesma de adoecer, desenvolver Aids e até mesmo de transmitir o vírus para outra pessoa, tornando-se aliada na prevenção de novos casos de HIV/AIDS.
Precisamos ainda intensificar junto a população em geral, caso tenha tido uma situação de risco para o HIV, o conhecimento sobre a oferta de forma gratuita em nossa cidade da Profilaxia Pós-Exposição (PEP) e da Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP), que é o uso de medicamento específico para evitar o HIV, com gestão de risco para controle de outras IST.
Este ano, com certeza, a nossa criatividade, comprometimento e atuação no mês do dezembro vermelho, na defesa dos direitos conquistados devem ser bastante diferente e inovadora, pois a pandemia continua. Vamos aderir à campanha que engloba teste rápido, orientações, distribuição de preservativos e panfletos informativos sobre prevenção e promoção à saúde além de ações extramuros, que caso ocorram, devem seguir as orientações e cuidados de higiene e distanciamento social.
Então, vamos sensibilizar a população e deixar o preconceito de lado conversando abertamente sobre o assunto. E você, já fez o teste?
*Dinsjani Pereira é professora, assistente social e sanitarista.