No mês do Orgulho, Pessoas refugiadas LGBTQIA+ participam de eventos apoiados pelo ACNUR em São Paulo

Genilson Coutinho,
17/07/2023 | 11h07
Foto: Divulgação /Assessoria

A inclusão de pessoas refugiadas na sociedade e no mercado de trabalho brasileiro é uma pauta prioritária da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), como forma de prover proteção, assegurar seus direitos e garantir meios dignos para a geração de renda e autonomia.
 

Com um olhar atento para a pauta da diversidade e das formas pelas quais pessoas refugiadas de diferentes nacionalidades, identidades de gênero e experiências de geração de renda se interagem, o ACNUR promove parcerias, incluindo o Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+, que asseguram a inclusão das pessoas refugiadas LGBTQIA+ em diferentes negócios e eventos de grande repercussão. Durante o mês de junho, alguns eventos celebraram esta inclusão.
 

No feriado do dia 08 de junho, quatro pessoas empreendedoras refugiadas da República Democrática do Congo, Senegal e Venezuela apresentaram seus produtos de gastronomia, moda e artes plásticas na Feira Cultural da Diversidade LGBT+. Realizada no Memorial da América Latina, das 10h às 22h, a Feira chegou a sua 22ª edição com a participação de refugiadas, promovendo a economia criativa, a geração de renda e a cultura dessa população.
 

Pessoas refugiadas LGBTQIA+, profissionais do ACNUR e de organizações parceiras estiveram presentes na 27ª edição da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo que saiu às ruas em defesa de um tema fundamental: “Políticas Sociais para LGBT+ – queremos por inteiro e não pela metade”.
 

Já no carro de abertura da Parada, uma refugiada LGBTQIA+ falou brevemente sobre a importância das pessoas refugiadas LGBTQIA+ serem acolhidas na sociedade brasileira em razão das perseguições e violação de direitos humanos em diversos países que não garantem a união ou a convivência entre pessoas do mesmo sexo. O Representante do ACNUR, Davide Torzilli, e a Presidenta do Conare, Sheila de Carvalho, confirmaram presença no evento.
 

Em maio deste ano, o ACNUR parabenizou o governo brasileiro pelo país ter adotado um procedimento simplificado para análise de pedidos da condição de refugiado pelas pessoas LGBTQIA+ provindas de países que aplicam pena de morte ou de prisão para gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. O Conare (órgão do Ministério da Justiça e Segurança Pública responsável pela análise dos casos) reconheceu essa população como grupo social com temor de perseguição que requer a devida proteção internacional.
 

“Ainda há muitas realidades de aplicação de pena de morte e prisão perpétua para pessoas em decorrência de sua orientação sexual e identidade de gênero. Precisamos acolher aqueles que estão em risco e construir melhores políticas para a população LGBT no Brasil como um todo”, afirmou Sheila de Carvalho, Presidenta do Conare, logo após a referente plenária.
 

Após a Parada do Orgulho LGBT+ o Representante do ACNUR Brasil assinou um termo de cooperação com gestores do Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+ para maior sensibilização do setor privado com fins a integrar a população refugiada no mercado de trabalho brasileiro. O acordo prevê ações e esforços conjuntos para a defesa dos direitos da população refugiada LGBTQIA+ e para promover a inclusão social e econômica dessa população na sociedade brasileira.
 

Por fim, sem que o tema se esgote, o Fórum Empresas com Refugiados, uma iniciativa do ACNUR com o Pacto Global da ONU no Brasil, promoveu uma edição do “Vamos Conversar?”, diálogo virtual que discute a inclusão de pessoas refugiadas LGBTQIA+ no mercado de trabalho brasileiro. O debate online aconteceu no dia 29 de junho, às 10h, aberto para os membros do Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+ com Refugiados.
 

“Ninguém deveria ser forçado a deixar sua casa em razão de sua orientação sexual ou identidade de gênero. Garantir os direitos da população refugiada LGBTQIA+ de forma integral, intersetorial e solidária, envolvendo as diversas representatividades da sociedade brasileira é um passo fundamental para que as pessoas refugiadas tenham meios de exercer seus papéis a fim de alcançar o que almejam para seus futuros, contando com o apoio do ACNUR e de nossos parceiros neste processo de contínua construção e aperfeiçoamento”, disse Davide Torzilli, Representante do ACNUR Brasil.
 

No Dia Mundial do Refugiado o Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+ sugere a promoção da inclusão e sensibilização dos refugiados com ações como apoiar empreendedores refugiados, realização eventos de sensibilização e empregabilidade, e engajamento de outras empresas na causa além da realização feiras de empreendedorismo, promoção de rodas de conversa e webinars, e divulgar o engajamento nas redes sociais.
 

Sobre o Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+

Em 2023, o Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+ completa dez anos de atuação permanente, em prol da promoção dos direitos humanos LGBTI+, no meio corporativo e na sociedade. Ao longo dos anos, o Fórum, que é fundamentado nos “10 Compromissos da Empresa com a Promoção dos Direitos LGBTI+”, tem articulado companhias dentro de temas que culminaram e culminam em ações mais efetivas no mercado profissional. Além disso, incentiva a construção de uma agenda de trabalho que tem gerado avanços significativos para a promoção da diversidade e inclusão em diferentes setores. Conheça mais em: Link