Música

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Nelson Rufino e convidados do samba na Concha Acústica do TCA

Genilson Coutinho,
10/09/2019 | 20h09

 Reconhecido no meio musical como Mestre do Samba, o cantor Nelson Rufino, baiano de nascimento e sambista por natureza, chega aos 55 anos de Samba cheio de ginga e sofisticação herdadas do ritmo que conta sua história de sucessos.

    Compositor de clássicos como “Verdade”, “Todo menino é um rei”, “Nas águas de Amaralina”, “O dono da dor” e “Sou de Arerê”, no dia 11 de setembro, véspera do seu aniversário de 77 anos, Rufino pisa no palco da Concha Acústica do TCA  acompanhado da banda carioca Bossa do Samba e rodeado de amigos.

    Para a noite festiva, Rufino escalou um time de bambas como Jorge Aragão, Dudu Nobre, Péricles, Diogo Nogueira, Xande de Pilares, Maria Rita, somando a chamada “prata da casa” formada por Edil Pacheco, Roberto Mendes, Walmir Lima, Batifun, Márcia Short, Tonho Matéria, Jau, Aloísio Menezes, Fora da Mídia, Viva Vós, Bambeia, Movimento, Gal do Beco, Pedaço de Cada Um, Neto Bala, Mônica San Galo e Ilê Aiyê.

    “Quando se pensa em aniversário, a primeira coisa que vem à mente é bolo, mas o samba mora em mim, a comemoração tinha que ser roda de samba, não poderia ser diferente”, disse Rufino, que preparou um repertório para cantar junto e separado com seus convidados. “São muitas canções. Algumas que se eu não cantar, o público pede, a exemplo de “Passagens”, “Tempo Ê”, “Vazio (Está Faltando Uma Coisa Em Mim)”, “Pago Pra Ver” e “Uma Prova de Amor” que ficaram conhecidos nas vozes de Roberto Ribeiro e Zeca Pagodinho”, acrescentou.

    Responsável pela a Quinta do Samba no Carnaval de Salvador, Nelson é um dos fundadores dos blocos Alerta Mocidade, Apaches do Tororó, Alerta Geral e Amor e Paixão, os quais motivaram o resgate a manutenção do samba na folia baiana. A história de Rufino no samba começou nos anos 1960, quando deixou Salvador pela primeira vez rumo ao Rio de Janeiro para tentar a carreira de jogador de futebol, após se destacar em um campeonato do exército.

    Natural da capital baiana, bairro Garcia, filho de Seu Genésio e Dona Chiquinha, o compositor é uma das referências da vanguarda do samba soteropolitano, iniciando sua  trajetória nas quadras das Escolas de Samba de Salvador. Tem no currículo, aos 22 anos, o 1º Campeonato à agremiação carnavalesca Filhos do Tororó com o samba enredo “Postais da Bahia”. Em 1966, Nelson compôs o samba enredo: “Fatos da Independência da Bahia”, e em 1969, “Jorge Amado em 4 Tempos”, composto em parceria com Walmir Lima.

    Ainda na década de 60, passou a integrar blocos de carnaval, como o “Apaches do Tororó”, fundado em 1969, quando compôs seu primeiro Samba de Bloco, “Blusão do Ano Passado”, que lhe garantiu o 1º lugar no Festival de Samba do Bloco, em 1971. Muitas de suas composições foram feitas na época em que trabalhou como encarregado da unidade de ferramentas em uma metalúrgica.

    Sonhador, o jovem sambista não parava. Muitas vezes, quando vinha uma inspiração durante o expediente, corria para o banheiro e escrevia. Sua primeira música gravada foi “Alerta mocidade”, por Eliana Pittman, em 1970. De lá para cá, Nelson já lançou sete trabalhos autorais entre discos e DVDs, e contou com parceiros consagrados no samba brasileiro como Jorge Aragão, Almir Guineto, Adauto Magalha, Délcio Luiz, Sereno, Martinho da Vila, Roberto Ribeiro, Zeca Pagodinho, entre outros.

    Em 2013, lançou, pelo selo Universal Music, o CD/ DVD “Minha Vida”, gravado ao vivo no Teatro Castro Alves, em Salvador (BA), com as participações de Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, Martinho da Vila, Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Carlinhos Brown, Mariene de Castro, Batifun, Bossa do Samba, Carla Cristina, Alex Ribeiro, Edil Pacheco e Walmir Lima.

O que: Show 55 anos de Samba de Nelson Rufino

Dia: 11 de setembro

Hora: 18hs

Onde: Concha Acústica do TCA (Praça 2 de Julho, s/n, Salvador-BA)

Ingresso: R$80,00 / R$40,00

(Bilheteria local ou no www.ingressorapido.com.br )