Morre filho de casal gay agredido em escola de SP
A Secretaria estadual de Saúde de São Paulo confirmou, na última segunda-feira, a morte do adolescente Peterson Ricardo de Oliveira, de 14 anos, que teria sido agredido por ser filho de gays. O garoto estava internado, em coma, no Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, com hemorragia cerebral, desde o último dia 5. O pai do menino, Márcio Nogueira, disse que o filho foi espancado dentro de uma escola pública na Vila Jamil, na manhã da última quinta-feira.
A Secretaria de Educação, no entanto, diz que não houve registro nenhum de agressão no colégio, mas o pai do jovem afirma o contrário.
“Eu não sabia que meu filho sofria preconceito por ser filho de um casal homossexual. O delegado que nos informou. Estamos tristes e decidimos divulgar o que aconteceu para que isso não se repita com outras crianças. Eu estou pedindo muito que meu filho sobreviva a tudo isso, mas queremos também que a Justiça seja feita”, disse o pai do adolescente, ao R7, no dia da internação do filho.
Ainda segundo o site, o pai disse que irá processar o governo de São Paulo pela morte do rapaz.
Caso está sendo investigado
Márcio prestou queixa na delegacia de Ferraz de Vasconcelos sobre o caso, que está sendo investigado pela Divisão de Homicídios de Itaquaquecetuba.
De acordo com o delegado responsável pela investigação, Eduardo Boiguez Queiroz, as investigações apontaram que não houve espancamento. O jovem teria tido um pequeno desentendimento com outro aluno, ainda de manhã. De acordo com a polícia, ele passou o dia normalmente e se sentiu mal só durante a tarde.
Filho de casal gay está em coma após ser espancado na escola por homofobia
— Não houve espancamento. Houve uma briga, por volta de 6h55, de cerca de 10 a 15 segundos. Logo foram separados. Ninguém bateu na cabeça dele. Foram para o intervalo, tudo normal. O garoto lanchou, brincou. Mais tarde, ele teve um Acidente Vascular Cerebral e foi para o hospital — diz o delegado, que ouviu funcionários que socorreram o menino, além do outro aluno que teria se envolvido na confusão.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, o adolescente deu entrada no hospital na última quinta-feira, com parada cardiorrespiratória e passou por processo de reanimação. Os médicos constataram uma hemorragia cerebral, mas não havia sinais externos de violência física.
De acordo com a Secretaria de Educação de São Paulo, câmeras de segurança do colégio foram analisadas e não foi constatado nenhum caso parecido com o relatado pelo pai do jovem. A Secretaria de Segurança de SP limitou-se a dizer que o caso está sendo investigado.