Mopaids lança Memorial da Resistência da Luta contra a Aids em São Paulo
Antes mesmo do Dezembro Vermelho colorir a cidade com o símbolo da luta contra a aids, o Mopaids (Movimento Paulistano de Luta contra a Aids) acendeu uma nova chama de memória e resistência. Nesta quarta-feira (22), o movimento lançou o Memorial da Resistência da Luta contra a Aids, um espaço virtual criado para guardar histórias, afetos e trajetórias que moldaram a resposta à epidemia na capital paulista.
Mais do que um arquivo digital, o memorial nasce como um gesto político, afetivo e coletivo. Ele reconhece o poder de quem, em meio à dor e ao estigma, ergueu pontes de solidariedade e construiu caminhos de cuidado, dignidade e direitos humanos.

“O Memorial da Resistência é um ato político e de gratidão. Ele nasce para reconhecer a força de quem, muitas vezes de forma silenciosa, dedicou sua vida à luta contra a aids, ajudando a construir uma rede de solidariedade e cidadania que transformou São Paulo em referência nacional na resposta à epidemia”, afirma Eduardo Barbosa, coordenador do Mopaids.
O espaço será hospedado no site do movimento e reunirá perfis biográficos de ativistas, profissionais, lideranças comunitárias e pessoas comuns que, de formas distintas, contribuíram para enfrentar a epidemia, desafiar o preconceito e fortalecer políticas públicas de saúde e cidadania.
Um espaço feito de muitas vozes
O Memorial da Resistência é, desde a origem, um projeto aberto e colaborativo. Por meio de um formulário online, qualquer pessoa pode indicar nomes e trajetórias de quem deixou — ou segue deixando — sua marca na luta contra a aids em São Paulo.
As histórias enviadas serão analisadas pelo Mopaids e transformadas em perfis biográficos que farão parte do acervo digital. A proposta é reunir memórias de quem já se despediu e de quem continua presente nos territórios, nas unidades de saúde, nas universidades e nas instituições públicas — pessoas que seguem mantendo viva a tradição de engajamento e solidariedade que define o movimento de aids na cidade.
“A história da luta contra a aids em São Paulo é a história da resistência de muitas pessoas. Cada uma delas teve um papel essencial para que tivéssemos conquistas que hoje salvam vidas. O memorial é uma forma de manter viva essa memória e de inspirar as novas gerações a continuar a luta. Cada história é inspiradora para mantermos acessa a chama do comprometimento com amor e dedicação”, completa Eduardo Barbosa.

Abrindo o Memorial da Resistência, a história do ativista José Araújo Lima Filho inaugura esse espaço de memória e inspiração.
Memória como futuro
Ao lançar o Memorial da Resistência, o Mopaids reafirma que lembrar é também uma forma de lutar. Cada nome, cada trajetória e cada lembrança que habitar o espaço virtual será uma centelha de continuidade — um lembrete de que o passado da luta contra a aids é também a semente de um futuro mais justo e solidário.
Porque preservar a memória não é apenas olhar para trás: é garantir que as histórias de coragem que salvaram vidas continuem a inspirar as que ainda virão.