Saúde

Monkeypox: vacinação começa nesta segunda-feira (13), saiba quem já pode ser imunizado

Genilson Coutinho,
13/03/2023 | 11h03

Após meses de atraso, a campanha de vacinação contra a monkeypox, doença também chamada de mpox e que anteriormente era chamada de “‘varíola dos macacos”, finalmente irá começar no país, nesta segunda-feira. No total, cerca de 47 mil doses serão enviadas conforme o andamento da vacinação e de acordo com as solicitações dos estados e Distrito Federal.

De acordo com o Ministério da Saúde, como o atual cenário epidemiológico da varíola dos macacos apresenta queda progressiva, a imunização irá priorizar a proteção das pessoas com maior risco de contaminação e evolução para as formas graves da doença. Dessa forma, os grupos prioritários são:

  • Pessoas que vivem com HIV/Aids com status imunológico identificado pela contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células nos últimos seis meses: homens cisgêneros, travestis e mulheres transexuais; com idade igual ou superior a 18 anos;
  • Profissionais que atuam nos laboratórios em contato com o vírus (pré-exposição): pessoas de 18 a 49 anos de idade que trabalham diretamente com Orthopoxvírus [a família do vírus da monkeypox] em laboratórios com nível de biossegurança 3 (NB-3).

Há ainda a possibilidade de vacinar pessoas que já foram expostas ao vírus para prevenir que a doença se desenvolta ou ainda reduzir a gravidade dos sintomas. Esse caso se aplica a:

  • Pessoas que tiveram contato direto com fluidos e secreções corporais de pessoas suspeitas, prováveis ou confirmadas para monkeypox, cuja exposição seja classificada como de alto ou médio risco, conforme recomendações da OMS.

O esquema vacinal será de duas doses, com intervalo de quatro semanas entre elas. Ela é indicada para uso em adultos com idade igual ou superior a 18 anos.

Para os demais, a estratégia de contenção da doença é a identificação de casos e rastreamento de contatos. Atualmente não existem medicamentos registrados no Brasil para o tratamento da doença.

Vacinas paradas

Os imunizantes contra monkeypox desembarcaram no país no ano passado, na gestão do ex-ministro Marcelo Queiroga, mas não chegaram a ser utilizadas. Neste início de ano, a pasta correu contra o tempo para não perder cerca de 50 mil doses com uso autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apenas até 26 de fevereiro.

Em 17 de fevereiro, a Anvisa aprovou a prorrogação da dispensa de registro por mais seis meses. O imunizante Jynneos também é usado para prevenção da doença nos Estados Unidos e na Europa.

Desde o ano passado, mais de 10 mil pessoas foram infectadas no Brasil e há mais de 2 mil suspeitos, segundo o último informe do Ministério da Saúde. No ano passado, 15 brasileiros morreram pela doença. O Brasil apresenta estabilidade no aparecimento de novos casos desde dezembro, com queda a partir de agosto de 2022.

Os sintomas aparecem, geralmente, de seis a 21 dias após a exposição ao vírus. Depois desse período, a pessoa infectada pode apresentar mal-estar e febre, e de dois a três dias, começam as erupções na pele. A prevenção é evitar o contato com pessoas contaminadas. Como a mpox tem alta transmissão por via sexual, é importante que o/a parceiro/a não apresente lesões na pele.