A jovem de Melane Dellson, 19 anos, estudante, natural de Salvador e atual Miss Bahia, apostou na tradição popular do culto ao Senhor do Bonfim, representando a tradição da famosa lavagem das escadarias da colina sagrada e foi a grande vencedora da XVIII edição do Concurso Miss Brasil Gay Norte e Nordeste que aconteceu nessa terça-feira, no palco do Teatro Vila Velha, Centro de Salvador. Foram classificadas como finalistas as representantes dos estados de Pernambuco, Ceará, Goiás, Distrito Federal e Bahia, e não faltaram vestidos luxuosos e muitos paetês.
A representante do Distrito Federal, Mitta Lux foi a segunda classificada da noite e dividiu a emoção com a candidata da Bahia. De mãos dadas e atentas a cada voto dos jurados elas comemoraram visivelmente emocionadas a eleição que iria eleger as mais belas da noite e iniciar um reinado de beleza até a próxima edição do evento. Na hora da votação final a ex Miss Bahia Rosana Migler que atualmente vive na Espanha e deu conselhos a vencedora.
Rosana Migler ressaltou o papel social da Miss que em sua opinião deve ser muito mais que ser bonita. “Ser Miss não é ser somente bela, a beleza deve estar associada as nossas causas, se engajar na luta contra a homofobia, contra os crimes que acontecem cotidianamente contra os LGBT” disse a ex Miss Bahia que também é formada em sociologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Três homenagens especiais foram para a jornalista Georzina Maynart da Rede Bahia, Rosana Migler e para Jean Wyllys que aproveitou o momento em que Rosana dedicou o prêmio a sua mãe que estava na platéia e se levantou para aplaudir a filha no palco, disse Wyllys. “Quero aproveitar para dizer que nós também temos famílias, mães, irmãos e parentes que nos amam”, referindo-se a mãe de Rosana que demonstrava orgulho da filha transexual, vitoriosa na vida.
Do microfone, Bagagerie Spilberg anuncia o primeiro show da noite, no intervalo do desfile de trajes típicos das candidatas. Para os aplausos de vocês, Rosna Migler. Eis que entra no palco vestindo uma capa preta que cobre o corpo escutural coberto de paetês em cima de um salto de 15cm, acompanhada de três dançarinos cantando a música “Liberte”.
Seguindo a entrada triunfal de Marcela Nascimento que representa como ninguém a cantora Maria Bethânia em versão Novos Bárbaros, executou duas músicas em entradas diferentes aos olhares atentos dos convidados que observavam a perfeição do gestual desenvolvido por Bethânia em seus shows, ali executados por Marcela.
Dion considerada a diva do milênio surge linda e loira no palco executando a canção que descreve a vida de Evita Peron ex primeira dama da Argentina. Dion coberta de jóias e usando uma enorme saia branca ao fundo a bandeira da Argentina tira aplausos da platéia por seu visual caprichoso e interpretação fenomenal. Ninguém é líder por acaso e ela é considerada uma deusa da arte do transformismo. Saltos, acrobacias e passos sincronizados foram protagonizados por Sfat Auerman que não fez número Drag e sim de dança em uma coreografia assinada pelo creográfo e dançarino Sinvaldo Tavares.
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Por Marcelo Cerqueira
Fotos: Genilson Coutinho