J. Velloso e o grupo Recôncavo Experimental, do baixista Gustavo Caribé (foto) lançam nesta hoje o clipe da canção “Egoísmo ou amor“. A música composta por Gustavo Caribé, J. Velloso e Mirella Medeiros, nasceu de uma inquietação em relação a utilização da religião como ferramenta de dominação, interferindo na condição de discernimento do ser humano.
Contemplado pelo Prêmio Funarte RespirArte/2020, promovido pela Fundação Nacional de Artes (FUNARTE), o clipe, que chega nesta quinta através do Selo Alá e a Altafonte, faz referências ao neorrealismo, corrente artística moderna de vanguarda surgida na Itália ao final da segunda guerra mundial, empenhada em criar uma arte voltada para a realidade.
A música é um pagode baiano com referências a toques de candomblé com elementos ligados ao rock, como expressão de atitude. Ela nasceu de uma inquietação em relação a utilização da religião como ferramenta de dominação, interferindo na condição de discernimento do ser humano.
Já o clipe, filmado inteiramente em plano sequência traz a performance de um menino negro pré-adolescente morador da periferia de Salvador. O vídeo começa com ele com uma bola nos pés, que ele deixa de lado para dançar quando a música começa a tocar. Essa bola representa o sonho de inúmeros garotos de mudar de condição social através do futebol. Durante todo o clipe a bola permanece no chão, ao lado dele, enquanto ele dança. A iluminação foi pensada para simular o palco de um teatro, focada no performer, na intenção de representar o seu protagonismo na vida e o conflito entre a realidade e o desejo, ali representado pela bola e pela alusão ao palco de um teatro.
“Egoísmo ou Amor” é um clipe que retrata bem o projeto de J. Velloso junto com o Recôncavo Experimental: Um trabalho que se interessa e homenageia várias vertentes culturais presentes no recôncavo da Bahia, nesse caso, a influência contemporânea do BaianaSystem. Um clipe simples e criativo, como exige a quarentena. É uma imagem musicada das dificuldades dos menos favorecidos, mostrando, através da força da dança de rua, que da felicidade ninguém desiste.