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IFC investe no mecanismo financeiro criado pela Natura para fortalecer sociobioeconomia na Amazônia

AInternational Finance Corporation (IFC) acaba de se tornar um dos investidores do Mecanismo de Financiamento Amazônia Viva, desenvolvido pela Natura, VERT Securitizadora e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) para fortalecer a sociobioeconomia na Amazônia brasileira. Com um aporte inicial de R$6 milhões, esta é a primeira vez que a instituição do Grupo Banco Mundial voltada para o setor privado em mercados emergentes financia comunidades tradicionais e cooperativas na região amazônica.

Para Ana Costa, vice-presidente de Sustentabilidade, Jurídico, Reputação e Comunicação Corporativa da Natura, mecanismos financeiros como o Amazônia Viva são essenciais para fortalecer modelos de negócios que unam regeneração, inovação e valorização do conhecimento tradicional nesse bioma. “Estamos muito felizes com a chegada da IFC, um parceiro que é referência em práticas sustentáveis no mercado financeiro e com alguns dos mais altos requerimentos do setor. Nos sentimos muito honrados com a confiança do Grupo Banco Mundial ao se unir a nós nessa jornada e muito animados para, juntos, escalar as cadeias da sociobioeconomia, impulsionar a conservação e a regeneração ambiental e gerar mais prosperidade para as populações locais”, afirma a executiva.

“A IFC está entusiasmada por fornecer financiamento e conhecimento complementar ao Mecanismo Amazônia Viva, juntamente com a Natura e a VERT, para alcançar as cooperativas de agroextrativistas.  Este projeto é um piloto de aprendizagem na nossa busca constante por canais de financiamento alternativos para apoiar comunidades locais, especialmente na Amazônia”, disse Manuel Reyes-Retana, diretor regional da IFC para América do Sul. “O investimento do setor privado e este tipo de parceria serão fundamentais para apoiar o desenvolvimento sustentável da Amazônia”, acrescentou.

Crédito e capacitação

O Mecanismo de Financiamento Amazônia Viva é um instrumento de financiamento híbrido (blended finance) composto por um veículo de crédito – estruturado na forma de um certificado de recebíveis do agronegócio (CRA), gerido pela VERT – e um fundo filantrópico de investimentos não-reembolsáveis alinhados sob o mesmo processo de governança – o chamado Fundo Facilitador (ECF ou Enabling Conditions Facility) gerido pelo FUNBIO, que conta atualmente com recursos da Natura, Good Energies Foundation e o Fundo Vale. Ambos são operados sob o mesmo processo de governança, com a participação de comunidades locais.

Os títulos do CRA oferecem financiamentos anuais às cooperativas e associações da sociobiodiversidade na Amazônia com taxa de juros de 8% ao ano. O crédito é utilizado, sobretudo, como capital de giro para safras anuais, tornando as operações mais eficientes e aumentando a produtividade. Por sua vez, o fundo filantrópico tem como propósito realizar investimentos estruturantes no fortalecimento da sociobioeconomia e no desenvolvimento territorial.  

A Natura, membro fundador do mecanismo e investidora do CRA e do ECF, segue também como off-taker, com previsão de compra de safras, mitigando riscos para outros investidores. A participação da empresa como parte integral do funcionamento do instrumento conecta diretamente as cooperativas e associações tomadoras de crédito com a demanda para a produção, unindo o crédito ao acesso ao mercado.

Aplicação do investimento

Com a entrada da IFC, o CRA do Mecanismo Amazônia Viva agora passa a ganhar dois novos tipos de cotas, chamadas de “mezanino” e “sênior” – esta última passa a remunerar os investidores. Até o momento, o CRA já emprestou R$5,5 milhões de reais para 13 cooperativas e associações agroextrativistas. Com os recursos da IFC e da Natura, o total de investimentos no Mecanismo alcançará nos próximos meses o volume de R$9,2 milhões no CRA e R$11,8 milhões no ECF. 

Além disso, a IFC apoiará a VERT para fortalecer o sistema de gestão de risco socioambiental da securitizadora, de modo que o Mecanismo possa incorporar, no futuro, outras cadeias da sociobiodiversidade e off-takers.

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