evangélicos querem que governo mude propagandas pela camisinha e faça contra o sexo no carnaval
Incomodados com os lemas das campanhas de prevenção do Ministério da Saúde – como as que pregam no carnaval as relações sexuais seguras com o uso da camisinha -, parlamentares evangélicos e católicos querem modificar o tom dessas mensagens. Eles reivindicam que as campanhas também enalteçam a abstinência e a importância da procriação para formação familiar.
“Neste Carnaval, não transe. Se preserve para o casamento, porque família é bom” foi um dos slogans sugeridos pelos evangélicos ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em reunião da Frente Parlamentar da Família, na noite desta quarta-feira. As duas mensagens do ministério para o Carnaval, – “Sem camisinha, não dá” e “Seja qual for a fantasia, use sempre a camisinha” – desagradaram aos religiosos. O ministro admitiu fazer uma campanha direcionada para os religiosos, mas não falou em mudar o tom das atuais campanhas de carnaval.
O ministro foi extremamente receptivo e nos prometeu elaborar uma cartilha com as nossas mensagens. E não aquelas do Temporão (ministro da Saúde no governo Lula), que estimulavam relação homossexual e até distribuíam cachimbo para viciados – disse Magno Malta.
Padilha estava à vontade no encontro. O ministro citou a Bíblia e falou da relação entre religião, família e vida saudável.
– Somos todos irmãos. O governo tem que ouvir todos os setores organizados da sociedade em busca de bem-estar para a população. Aids, drogas e alcoolismo são exemplos de doenças que precisamos combater com a ajuda da família – disse Padilha no encontro.
A deputada Benedita da Silva (PT-RJ), também evangélica, participou do encontro e disse que foram tratados outros problemas, como combate à dengue e gravidez precoce.
O deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) mostrou preocupação com o desarquivamento do projeto que criminaliza a homofobia. Ele afirmou que os homossexuais formam uma população com muitos privilégios. Garotinho também defendeu uma campanha específica para os religiosos durante o Carnaval.
Magno Malta afirmou que outra reivindicação encaminhada a Padilha foi a criação da Secretaria da Família, para, entre outras atribuições, lidar com jovens viciados em drogas.
A Secretaria da Família deveria substituir a Senad (Secretaria Antidrogas), que não serve para nada e que só gasta dinheiro com pesquisa: quem fuma e cheira mais no país. Isso é inútil – disse Malta.
Fonte: O Globo