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Teatro

‘Escola de Drags’ ensina arte drag queen em aulas on-line

Genilson Coutinho,
02/02/2021 | 12h02
Foto: Divulgação

Muito além de maquiagem, cabelo ou dominar o salto alto, a arte drag é, historicamente, um ato político por respeito, representatividade e reconhecimento dos direitos dos LGBTQIA+. Sem sair do papel ativista, as drag queens têm invadido a cultura pop mundial nos últimos anos, movimento muito impulsionado pelo sucesso de realitys shows de TV e streaming, capitaneados pelo programa RuPaul’s Drags Race, e, nacionalmente, por artistas do mainstream como Pabllo Vittar e Glória Groove.  

Como no teatro, na música ou em qualquer outra vertente artística, ser uma drag queen requer preparo e conhecimento. E é para acessibilizar essa arte e potencializar seu alcance, que vem aí a “Escola de Drags – Ano II”. Produzido pela Dan Território em parceria com as drag queens baianas Aimée Lumiére e Spadina Banks, o projeto é gratuito e tem inscrições abertas para uma série de atividades on-line sobre as ferramentas de construção de uma drag queen. 

O projeto rememora a experiência iniciada em 2016, que aconteceu na execução do projeto Beco Ocupado, realizado pelo coletivo Teatro da Queda. Durante  quatro meses, a “Escola de Drags” ocupou o Beco dos Artistas, no centro da cidade, e  foi parte fundamental da criação das personagens do espetáculo Rebola, que foi vencedor do Prêmio Braskem de Teatro 2016 nas categorias Melhor Espetáculo Adulto e Texto. Naquele momento, a iniciativa mobilizou a cena artística da arte drag baiana, lançando novas artistas e movimentando o cenário LGBTQIA+ de Salvador.  

Nesta segunda edição, serão seis módulos, desenvolvidos em dois meses de aulas, de forma remota, via plataforma Zoom. Além de formação artística, as atividades trabalharão também a formação teórica e política, passando pela história da arte drag e sua importância no cenário político LGBT mundial, e chamando atenção também para o fomento do empreendedorismo dessas artistas nas áreas de entretenimento e arte. Além de Aimee Lumiere e Spadina Banks, o projeto convida também as artistas Bia Mathieu e Malayka SN, todas expoentes da crescente cena drag soteropolitana. 

A Escola de Drags – Ano II tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e do Centro de Culturas Populares e Identitárias (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal.

As inscrições acontecem até o dia 15 de fevereiro e podem ser feitas através do link bit.ly/39DUyhr. Não há pré-requisitos, o desejo de se lançar no universo drag queen é a única prerrogativa de participação. Ao final das atividades, será possível conhecer as novas drags através de uma noite performativa, que marcará o encerramento do projeto em março. Os interessados podem ter mais informações nos perfis da produtora DAN no Instagram e Facebook – @danterritorio.

Serviço:
Escola de Drags – Ano II

Inscrições: até 15 de fevereiro, on-line, no link bit.ly/39DUyhr Informações: instagram.com/danterritorio